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Cinco milhões de pessoas procuram emprego há mais de um ano e não acham

O número de brasileiros que procura emprego por ao menos um ano ultrapassava os cinco milhões de pessoas no terceiro trimestre de 2018. Em relação a quatro anos atrás, esse grupo mais do que dobrou – eram 2,267 milhões de pessoas no mesmo período de 2014. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Trimestral (Pnad Contínua) para o terceiro trimestre de 2018, divulgados nesta quarta-feira pelo IBGE.

Este contingente de pessoas que buscavam emprego por mais de um ano representou 40% do total de desempregados entre julho e setembro. Naquele trimestre, havia 12,5 milhões de brasileiros sem emprego no país. Há quatro ano, esse percentual era de 34%, mas o número total de desempregados era bem menor: 6,7 milhões.

No terceiro trimestre de 2017, os brasileiros do chamado desemprego longo somavam pouco mais de 5 milhões e também representavam 40% do total de desempregados à época.

Os trabalhadores que procuram emprego há dois anos ou mais bateram novo recorde. Vêm numa crescente desde o primeiro trimestre do ano e, em setembro, atingiram a marca de 3,2 milhões de pessoas, o correspondente a um quarto ou 26% do total de desempregados, que soma atualmente 12,5 milhões de pessoas.

Amapá tem maior nível de desemprego

O IBGE também divulgou estatísticas de desemprego para os estados. A taxa ficou estável em 21 das 27 unidades da federação no terceiro trimestre, na comparação com o trimestre anterior. Mas em19 delas as taxas são de dois dígitos, que variam de 10,6%, no Ceará, a 18,3%, no Amapá. Neste último, o desemprego está no nível mais elevado do país.

O Rio de Janeiro tem a sexta maior taxa (14,6%), apesar de ela ter cedido 0,8 ponto percentual em relação aos três meses anteriores.

Além do Amapá, Sergipe (17,5%) e Alagoas (17,1%) têm as maiores taxas de desemprego no país. Na outra ponta, Santa Catarina (6,2%), Mato Grosso (6,7%) e Mato Grosso do Sul (7,2%) têm os menores índices. O único estado em que o desemprego cresceu foi Roraima, cuja taxa subiu de 11,2% para 13,5%. A taxa geral para o Brasil, no terceiro trimestre, foi de 11,9%.

A taxa de subutilização da força de trabalho foi de 24,2%. Esse grupo agrega os desempregados e os que trabalham menos de 40 horas semanais, mas gostariam de trabalhar mais. Agrega ainda a força de trabalho potencial, ou seja, pessoas que gostariam de trabalhar, mas não procuraram trabalho, ou que procuraram, mas não estavam disponíveis para trabalhar.O índice de 24,2% quer dizer que faltou trabalho para 27,32 milhões de pessoas.

Piauí (39,9%), Maranhão (38,8%) e Bahia (38,5%) apresentaram as maiores taxas de subutilização. As menores taxas foram em Santa Catarina (11,2%), Mato Grosso (14,3%), Rio Grande do Sul (15,5%). A do Rio de Janeiro ficou em 19,6%, alta em relação ao trimestre passado (18,9%). Isso significa que faltou trabalho para 1,73 milhão de pessoas em todo o estado, alta de 740 mil pessoas em relação ao segundo trimestre de 2018.

O contingente de desalentados no terceiro trimestre de 2018 foi de 4,78 milhões de pessoas de 14 anos ou mais de idade, valor estável em relação ao segundo trimestre de 2018. Os maiores contingentes estavam na Bahia (794 mil pessoas) e no Maranhão (523 mil) e os menores em Roraima e no Amapá, com 12 mil e 11 mil pessoas, respectivamente. No Rio de Janeiro esse grupo cresceu, de 82 mil para 108 mil pessoas que desistiram de procurar trabalho, do segundo para o terceiro trimestre do ano.

No Rio, mais 500 mil na informalidade

Desde o início da crise econômica, em 2014, o número de trabalhadores informais no estado do Rio de Janeiro, quando somados os trabalhadores sem carteira no setor privado e os conta própria, cresceu em 500 mil pessoas. De acordo com os dados divulgados pelo IBGE, nesta quarta-feira, esse grupo era formado por 2,17 milhões de pessoas no terceiro trimestre de 2014 e quatro anos depois, cresceu para 2,68 milhões.

Já o total de pessoas empregadas no estado, nesse mesmo período, teve uma pequena queda, de 7,4 milhões para 7,34 milhões de pessoas. O número de pessoas com carteira assinada no mercado formal recuou de 3,9 milhões para 3,4 milhões nos últimos quatro anos. A diferença é praticamente a quantidade de pessoas que passou a trabalhar na informalidade, no mesmo período.

Pretos e pardos são a maior parcela dos desempregados no Brasil. E, quando se analisa os últimos anos, a parcela dessa população no total de desempregados cresceu. O contingente dos desocupados no Brasil no 1º trimestre de 2012 era de 7,6 milhões de pessoas, quando os pardos representavam 48,9% dessa população, seguidos dos brancos (40,2%) e dos pretos (10,2%). No 3º trimestre de 2018, esse contingente subiu para 12,5 milhões de pessoas e a participação dos pardos passou a ser de 52,2%; a dos brancos reduziu para 34,7% e dos pretos subiu para 12,0%.

A taxa de desocupação, no terceiro trimestre de 2018, dos que se declararam brancos (9,4%) ficou abaixo da média nacional (11,9%). Porém, a dos pretos (14,6%) e a dos pardos (13,8%) ficaram acima. No primeiro trimestre de 2012, quando a taxa média foi estimada em 7,9%, a dos pretos correspondia a 9,7%, a dos pardos a 9,1% e a dos brancos era 6,6%.

No terceiro trimestre de 2018, os pardos representavam 47,9% da população fora da força de trabalho, seguidos pelos brancos (42,5%) e pelos pretos (8,4%).

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