Benefícios

Sem aval do Congresso, BPC do idoso carente acaba no fim do mês, diz ministro

Sem aval do Congresso, BPC do idoso carente acaba no fim do mês, diz ministro. O ministro Osmar Terra (Cidadania) informou, nesta quarta-feira (22), que o governo tem dinheiro para pagar o BPC (benefício assistencial) a idosos carentes somente até o fim de maio. 

Se o Congresso não autorizar recursos extras, haverá um “problema grave” a partir de junho, afirmou.

O BPC tem o valor de um salário mínimo (R$ 998). Essa renda mensal é destinada a dois grupos: pessoas com deficiência; e população acima de 65 anos e que vive em condições de miséria.

Por causa da crise nas contas públicas, o governo pediu ao Congresso uma autorização para se endividar e usar esses recursos no pagamento de despesas, como aposentadorias, transferências do Bolsa Família e o BPC.

Esse aval depende de aprovação de um projeto de lei que ainda está parado na CMO (comissão mista de Orçamento), formada por deputados e senadores.

O BPC (benefício pago a idoso carente) é pago a idosos em situação de pobreza. Hoje é pago um salário mínimo (R$ 998) a partir dos 65 anos. A PEC propõe R$ 400 entre 60 e 69, e o mínimo a partir dos 70

Propostas polêmicas da reforma da Previdência

BPC, aposentadoria rural e desconstitucionalização são alguns pontos que podem ser excluídos do texto original

Compartilhe

Notas técnicas do Congresso e do governo indicavam que faltaria dinheiro para o BPC a partir de julho.

No entanto, Terra apresentou à comissão dados detalhados sobre o Orçamento do benefício para idosos e da parcela para deficientes.

Segundo ele, deve acabar em maio o dinheiro para transferir um salário mínimo à população carente acima de 65 anos.

O dinheiro para os deficientes, contudo, é suficiente até fim de junho.

“Precisamos desses recursos. Sem a aprovação desses recursos, vamos ter um problema grave a partir do final de maio e começo de junho”, declarou Terra.

Reeleito pelo MDB do Rio Grande do Sul, ele deixou de assumir o cargo na Câmara para comandar o Ministério da Cidadania, responsável pelo BPC e pelo programa Bolsa Família.

Terra foi à comissão explicar a importância do projeto de lei e declarou que, sem o aval do Congresso, o dinheiro para o Bolsa Família acaba no fim de setembro.

Com uma base parlamentar modesta e instável, o Palácio do Planalto, portanto, corre o risco de ficar sem dinheiro para a população carente.

Para contornar esse grave problema de caixa, a equipe econômica de Guedes passou a articular a aprovação do projeto de lei que autoriza o governo a gastar R$ 248 bilhões com recursos a serem obtidos com títulos do Tesouro Nacional.

Dos R$ 248 bilhões pedidos no projeto de lei, R$ 201,7 bilhões são para despesas com a Previdência Social, que precisa do dinheiro extra a partir de setembro.

É a primeira vez que o Poder Executivo precisará desse tipo de aval do Congresso Nacional para realizar despesas como aposentadorias e as transferências assistenciais aos mais pobres.

A chamada “regra de ouro” impede o governo federal de se endividar para pagar despesas correntes, como salários, Previdência Social e benefícios assistenciais.

Guedes pediu ao Congresso para que, em 2019, haja uma exceção a essa limitação.

Por ser um caso incomum, o governo federal terá de obter 257 votos na Câmara dos Deputados e 41 votos no Senado depois que o projeto sair da CMO, que ainda debate o projeto e não tem data para votar o texto.

Vincular despesas como BPC, Previdência, Bolsa Família e subsídios à autorização pedida ao Congresso foi uma decisão do governo do ex-presidente Michel Temer (MDB), durante a elaboração do Orçamento de 2019.

A antiga gestão acreditava que quem fosse eleito não teria dificuldade em receber o sinal verde dos parlamentares para conseguir recursos destinados a essas áreas sociais.

Mas o governo Bolsonaro, que ainda patina na articulação política, terá um desafio grande para aprovar o projeto de lei na CMO e nos plenários do Congresso antes que idosos carentes fiquem sem o benefício assistencial.

To Top