Benefícios

38% dos usuários de cartão tiveram limite de crédito ampliado sem solicitar, mostra pesquisa CNDL/SPC Brasil

Um levantamento realizado em todas as capitais pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostra que é comum o recebimento de propostas espontâneas de ampliação do limite de crédito por parte de bancos, instituições financeiras e lojas que operam com sistema próprio de crediário. De acordo com a pesquisa, nos últimos 12 meses, quatro em cada dez usuários de cartão de crédito (38%) receberam alguma oferta de aumento do limite sem que tenham solicitado ao banco ou instituição financeira. O mesmo ocorreu com usuários de outras modalidades, que tiveram aumento do limite de empréstimos e de crédito pré-aprovado (34%), aumento do limite de cartão de lojas (28%) e expansão do limite disponível no cheque especial (24%).

Entre os que receberam esse tipo de oferta, mais da metade (53%) achou a proposta interessante, por considerar positivo ter crédito à sua disposição. Outros 21% contestaram a oferta porque não viam necessidade no uso. Outros 18% utilizaram o crédito disponível, seja por estarem precisando do dinheiro naquele momento (13%) ou até mesmo sem que houvesse necessidade (5%).

Na avaliação do educador financeiro do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito), José Vignoli, o crédito fácil pode ser uma armadilha para o consumidor, caso não seja utilizado de forma prudente e em casos pontuais. “Mesmo que a oferta seja atrativa, vale considerar as condições e as reais necessidades de contratar o crédito. O risco de receber uma oferta espontânea de ampliação de crédito é ter a falsa impressão de que sua renda e seu poder de compra se tornaram maiores de uma hora para outra, levando a gastos que ultrapassem o limite orçamentário”, afirma o educador.

Vignoli também alerta o consumidor para tomar cuidado com as formas fáceis de crédito, especialmente os pré-aprovados, pois quanto mais fácil for o acesso, mais altos tendem a ser os juros cobrados nas operações. “Enquanto algumas linhas de crédito costumam envolver mais burocracia e critérios rígidos para aprovação, como é o caso de certos financiamentos, outros são obtidos com relativa facilidade, às vezes até mesmo sem que o consumidor tenha feito um pedido formal. O crédito pode auxiliar o consumidor em diversas situações, como aquisições de maior valor e até ocasiões emergenciais, desde que o pagamento seja feito em dia”, afirma.

44% aceitam oferta de novo cartão de crédito recebida por instituições financeiras. Cartão foi modalidade que mais deixou o brasileiro inadimplente

Ao serem abordados por bancos e financeiras com a oferta de um novo cartão de crédito, 43% dos consumidores recusam a proposta de imediato. Por outro lado, 44% tendem a aceitar, desde que vejam necessidade em seu uso (31%) ou não haja cobrança de anuidade (9%). Já 4% acabam aceitando o cartão sem qualquer tipo de avaliação prévia, independentemente das condições ofertadas. Apenas 8% dos entrevistados nunca receberam esse tipo de abordagem.

O levantamento mostra que nem sempre os entrevistados dão a devida atenção aos contratos e cláusulas na hora de avaliar juros e tarifas de serviços financeiros que contratam. O desconhecimento é maior no caso do cheque especial (38%), seguida do cartão de crédito (20%), crediário (19%) e empréstimo (19%).

Fruto muitas vezes do descontrole das compras e dos valores que crescem com a incidência de juros em caso de atraso no pagamento da fatura, o cartão de crédito foi a modalidade que mais deixou o consumidor brasileiro com o nome sujo nos últimos 12 meses, com 46% de incidência. O crediário fica em segundo lugar com 44% de citações, acompanhado do crediário (44%), financiamento (39%) e empréstimo (36%).

Para o educador financeiro José Vignoli, é preciso entender o perfil de cada modalidade antes de sua utilização. “O primeiro passo é compreender a finalidade dos diferentes tipos de crédito. O cheque especial só deve ser utilizado esporadicamente e por períodos curtos de tempo, pois os juros são muito altos. No caso do cartão de crédito, pagar a fatura mínima e entrar no crédito rotativo pode fazer com que a dívida cresça rapidamente. Já no crediário também pode haver cobrança de juros e tarifas embutidas nas parcelas. Por isso, é importante o consumidor avaliar o custo final nas compras parceladas no crediário e sua capacidade de pagamento”.

Metodologia

A pesquisa ouviu 805 consumidores acima de 18 anos, de ambos os gêneros, todas as classes sociais e residentes das 27 capitais. A margem de erro é de no máximo 3,4 pontos percentuais para uma margem de confiança de 95%. Baixe a íntegra da pesquisa emhttps://www.spcbrasil.org.br/pesquisas

SPC Brasil – Há 60 anos no mercado, o SPC Brasil possui um dos mais completos bancos de dados da América Latina, com informações de crédito de pessoas físicas e jurídicas. É a plataforma de inovação do Sistema CNDL para apoiar empresas em conhecimento e inteligência para crédito, identidade digital e soluções de negócios. Oferece serviços que geram benefícios compartilhados para sociedade, ao auxiliar na tomada de decisão e fomentar o acesso ao crédito. É também referência em pesquisas, análises e indicadores que mapeiam o comportamento do mercado, de consumidores e empresários brasileiros, contribuindo para o desenvolvimento da economia do país.

CNDL – Criada em 1960, a CNDL é formada por Federações de Câmaras de Dirigentes Lojistas nos estados (FCDLs), Câmaras de Dirigentes Lojistas nos municípios (CDLs), SPC Brasil e CDL Jovem, entidades que, em conjunto, compõem o Sistema CNDL. É a principal rede representativa do varejo no país e tem como missão a defesa e o fortalecimento da livre iniciativa. Atua institucionalmente em nome de 500 mil empresas, que juntas representam mais de 5% do PIB brasileiro, geram 4,6 milhões de empregos e movimentam R$ 340 bilhões por ano.

To Top