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Veja o que fazer para não levar calote

Veja o que fazer para não levar calote. Com a liberação do saque emergencial do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), muita gente vai pagar dívidas com bancos, mas uma grande parcela da população também deveria quitar empréstimos feitos com parentes e amigos. Segundo um levantamento da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), 24% dos brasileiros que limparam o nome nos últimos 12 meses haviam entrado na lista de inadimplentes porque emprestaram o nome para terceiros. E 53% dos que emprestaram estão arcando sozinhos com o pagamento.

A maior parte dos casos de inadimplência por calote foi em empréstimo de cartão de crédito, 35%, seguido por cartão de loja, 20%, financiamentos, 17%, e empréstimos pessoais, com 14%. A dificuldade em dizer não é o que mais leva as pessoas a essa situação.

— Quem recebe o pedido de empréstimo é pego de surpresa, e muita gente tem dificuldade em negar e não avalia corretamente o risco que está tomando — afirma José Vignoli, educador financeiro do SPC Brasil.

Mas isso nem sempre é simples. A relação de empréstimo é antes de tudo uma relação de confiança entre as partes, e quem recebe o pedido pode se sentir obrigado a ajudar.

— Negar um empréstimo pode ser recebido como uma grosseria, até mesmo uma ofensa. Os tomadores não pedem para qualquer pessoa, pedem normalmente para aqueles que se sentirão coagidos a emprestar e mais, àqueles se sentirão mais ainda intimidados ao cobrar — diz Paula Sauer, Mestre em Finanças comportamentais e Planejadora Financeira.

A recomendação dos especialistas para quem passar por essa situação é nunca responder de imediato. Assim, não se toma nenhuma decisão precipitada. Perguntar qual é o motivo para o pedido e envolver outras pessoas na decisão pode ser um bom caminho.

— Quando tem mais pessoas emprestando o risco é diluído e não pesa para ninguém. Fazer uma vaquinha para ajudar alguém pode ser a melhor maneira. Pesquisas mostram também que deixar o acordo escrito e assinado e as formas de pagamento ajudam a criar um compromisso — afirma Vera Rita de Mello Ferreira, professora e consultora em psicologia econômica.

Depois de emprestar para um namorado e ter problemas para receber, Livia Vale de Lima, Gerente de Recursos Humanos, 25 anos, passou a duvidar mais das promessas de pagamento:

— Uma vez, um namorado me pediu para comprar um celular no meu cartão. Eu não quis cobrar logo, e ele ficou desempregado depois, e eu achei chato cobrar. Mas aí ele acabou não me pagando e terminamos o relacionamento. Foi aí que comecei a cobrar de forma mais incisiva. Quando se passaram quase dois anos da dívida, ameacei falar para a família dele.Depois disso, ele me pagou em dois dias. Hoje, talvez, eu não fizesse isso. É importante duvidar de qualquer pagamento.

Mas nem todos duvidam do pagamento, ou mesmo deixam de emprestar quando recebem um calote. Uma pesquisa da provedora de informações sobre o consumidor Toluna a pedido do EXTRA mostrou como os brasileiros lidam com os empréstimos a amigos e parentes. Confira:

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Avalie bem antes de emprestar

Não empreste seu nome

Ao emprestar o cartão ou o cheque para alguém, a dívida fica diretamente ligada a você, sem você decidir as condições de pagamento. Nessas situações, o risco do seu nome ficar sujo aumenta.

Compre ou pague o que a pessoa precisa

O ideal é comprar ou pagar o que a pessoa precisa em vez de dar o dinheiro. Ofereça isso, assim, você saberá se o motivo é legítimo e se a pessoa de fato vai gastar com aquilo. Além da relação deixar de ser tão financeira. Se precisa de comida, compre; pagar o colégio dos filhos neste mês, pague o boleto.

Envola outras pessoas na transação, principalmente sua família

É importante avisar à pessoa que pediu ajuda que irá conversar com sua família a respeito. Afinal, o seu ambiente familiar também depende do seu salário e a sua organização financeira. É importante que todos estejam de acordo com o empréstimo. Desta forma, em caso de problemas de pagamento, todos aceitaram o risco.

Antes de emprestar, acorde todas as condições de pagamento

É importante deixar bem claro como deseja receber o pagamento, principalmente a data. A psicologia mostra que fixar um dia trás mais responsabilidade. Combine como será possível pagar, em apenas uma parcela ou mais, por transferência ou em dinheiro.

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