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Em menos de 24 horas, Rio tem dois PMs mortos em serviço

RIBEIRÃO PRETO, SP (FOLHAPRESS) – O policial militar Fellipe Brasileiro Pinheiro, 34, morreu neste domingo (22) no Rio de Janeiro, quatro dias depois de ter sido baleado em uma operação no Complexo do Alemão, na zona norte da cidade.

A morte de Pinheiro foi a segunda de um policial militar em menos de 24 horas no Rio.

Lotado na UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) Fazendinha, Pinheiro foi ferido no peito quando criminosos armados atiraram em policiais na última quarta-feira (18). O local é o mesmo onde a garota Ágatha Félix foi morta.

Seis pessoas morreram durante a operação. A polícia informou que o objetivo da operação era “reprimir o tráfico de drogas na região e localizar criminosos” e que, ao entrarem na comunidade, os policiais foram alvo de tiros.

Pinheiro, que era solteiro e estava na corporação havia seis anos, foi socorrido no hospital Getúlio Vargas, onde passou por cirurgia e estava internado em estado grave.

A PM lançou uma campanha em rede social pedindo a doação de sangue ao cabo logo após o crime.

Seu corpo foi enterrado na tarde deste domingo no cemitério Jardim da Saudade, no bairro de Sulacap, na zona oeste do Rio.

Neste sábado (21), o cabo Leandro de Oliveira da Silva, 39, foi morto enquanto fazia patrulhamento perto da estação de Triagem, em Benfica, na zona norte do Rio.

De acordo com a Secretaria de Estado de Polícia Militar, ele e um colega suspeitaram de dois homens em uma moto e, na abordagem, foram alvo de tiros –que teriam vindo de um local conhecido como Morar Carioca.

Silva foi atingido na cabeça. Foi socorrido no hospital Salgado Filho, onde morreu. O corpo foi enterrado também neste domingo.

O Disque-Denúncia lançou campanha que paga recompensa de R$ 5.000 a quem der informações que possam ajudar a identificar e localizar os envolvidos na morte de Silva.

Com as duas mortes, o total de policiais militares mortos no Rio em 2019 chega a 45, segundo a polícia.

O coronel Mauro Fleiss, porta-voz da PM, afirmou que a corporação está em uma semana difícil.

“Estamos em uma semana difícil, em uma semana em que, lamentavelmente, perdemos quatro policiais militares”, afirmou. “Hoje perdemos o cabo Leandro, de serviço, foi vitimado por marginais. A corporação, com o apoio do governo do estado, irá continuar lutando para preservar vidas.”

Em janeiro deste ano, após a morte de um policial em serviço, o governador do Rio, Wilson Witzel (PSC), declarou que, sob sua gestão, a morte de agentes “e de qualquer cidadão de bem sempre vai resultar em ações” das polícias.

A afirmação foi seguida de uma megaoperação, realizada a mando do próprio, em seis comunidades da zona norte carioca que envolveu centenas de agentes.

Estudo realizado pela cientista social Terine Husek, da Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), contudo, mostrou que a diretriz só gera mais mortes.

Diante da morte violenta de um PM, a chance de uma pessoa ser morta por um agente em serviço na mesma região é 3,5 vezes maior no dia seguinte e 1,2 nos sete dias posteriores. No mesmo dia, a alta é de 11,5, mas os óbitos podem ter ocorrido no mesmo evento.

Ela analisou as mortes de policiais e causadas por eles de 2010 a 2015 no estado.

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