Latin America

Ativistas dos EUA criam dia para lembrar transgêneros vítimas de violência

Por Daniel Trotta

NEW YORK (Reuters) – Layleen Cubilette-Polanco passou por alguns momentos difíceis em seus 27 anos de vida, mas tentou mudar de rumo, deixando seus trabalhos anteriores como dançarina de go-go e profissional do sexo para procurar emprego em lugares como McDonald’s e Walgreens, disse sua irmã.

Ela jamais concluiu sua jornada. Cubilette-Polanco morreu em junho devido a complicações de uma epilepsia na notória prisão da Ilha de Rikers, na cidade de Nova York, onde passou seus dois últimos meses por não pode pagar uma fiança de 500 dólares.

Nesta quarta-feira, defensores dos transgêneros de todo o país farão uma pausa para homenagear pessoas como Cubilette-Polanco no Dia da Lembrança dos Transgêneros.

Vigílias chamarão atenção para ao menos 22 pessoas transgêneros que já foram mortas em 2019, quase todas mulheres negras. Um número similar de mortes tem ocorrido em cada um dos últimos sete anos, segundo a Human Rights Campaign, o maior grupo pró-LGBTQ dos Estados Unidos.

A campanha dará destaque a Cubilette-Polanco. Embora ela não tenha sido vítima de homicídio, como as outras, sua história ilustra a insegurança das mulheres negras transgêneros, que correm mais risco de ficar desempregadas e de ter dificuldade de acesso ao sistema de saúde.

Após passar a juventude ajudando outros, seja resgatando animais de rua ou levando crianças fugitivas para sua casa, ela decidiu começar a ajuda a si mesma, contou sua irmã, Melania Brown.

“Nos dois últimos meses de vida ela queria mudar. Queria arrumar um emprego de verdade. Queria se realizar na sociedade, e a sociedade a decepcionou”, disse Brown, que acredita que a discriminação jamais permitiu que a cidadã norte-americana nascida na República Dominicana tivesse uma chance no mercado de trabalho.

Cubilette-Polanco foi presa em abril devido a acusações de agressão e roubo após uma discussão com um taxista. Uma fiança de 500 dólares lhe foi imposta devido a uma prisão por prostituição de 2017, noticiou a mídia local, citando registros das prisões.

“Layleen sofreu uma convulsão na cela e morreu em resultado direto e próximo da recusa da cidade, de seus agentes e seus empregados de oferecer a Layleen uma acomodação razoável para sua deficiência”, disse uma ação civil.

A Human Rights Campaign registrou ao menos 157 homicídios de pessoas transgêneros desde 2013, quase todas mulheres negras.

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