Exterior

Colômbia tem greve geral contra governo de Iván Duque

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Sindicatos, grupos de estudantes, indígenas e ambientalistas colombianos marcham nesta quinta (21), na capital e em outras cidades do país, para rechaçar medidas como uma reforma trabalhista e outra previdenciária que estão sendo propostas pelo governo do presidente Iván Duque.
Os manifestantes insistem que o governo, que enfrenta uma crise de popularidade, mantenha salários mínimos para os jovens e o direito universal à aposentadoria. Há também críticas à política de segurança focada na luta contra o narcotráfico e a tentativa de Duque de modificar o pacto de paz que levou ao desarmamento da antiga guerrilha das Farc em 2016.
Em Bogotá, os manifestantes se reuniram em sete pontos da cidade e marcham até a praça Bolívar, sede do Congresso e a uma quadra do palácio presidencial.
O presidente negou repetidamente que planeja propor leis de reforma previdenciária e tributária que contenham as mudanças alegadas pelos manifestantes. Ele disse que rejeitou imediatamente a ideia de reduzir os salários dos jovens quando um think tank propôs.
“Nenhuma reforma foi proposta”, disse Duque durante uma rara transmissão ao vivo pelo Facebook nesta semana, acrescentando que ele não quer aumentar a idade da aposentadoria. “Foi dito que queremos pagar aos jovens menos que o salário mínimo. Isso também é mentira.”
Outros grupos de manifestantes devem participar para protestar contra o que eles dizem ser falta de ação do governo para impedir o assassinato de centenas de ativistas de direitos humanos, corrupção nas universidades e outras questões.
Os partidários da marcha, que incluem sindicatos importantes, alegam que o governo de Duque também quer tornar privado o fundo de pensão estatal Colpensiones e diferenciar salários por região.
Em um momento de tumulto generalizado em outros países da América Latina, a polícia invadiu esta semana uma revista de cultura antes do protesto, ao passo em que o presidente da Colômbia, Ivan Duque, advertia que seu governo não toleraria violência.
Na noite de terça (19), a polícia entrou na redação da revista Cartel Urbano e revirou obras de arte. Funcionários da publicação postaram vídeos nas redes sociais mostrando a ação.
Em função dos protestos, o governo fechou fronteiras terrestres e fluviais em 12 postos de controle migratório nas fronteiras com o Brasil, Equador, Peru e Venezuela, afirmou a jornalistas o diretor da Migración Colombia, Christian Krüger.
“Esta é uma medida que pretende evitar que estrangeiros ingressem no território nacional com a intenção de alterar a ordem pública e a segurança”, acrescentou Krüger.
A ONU manifestou preocupação com o aumento da presença de militares nas ruas do país nos dias anteriores ao protesto. O escritório local das Nações Unidas também observou “com preocupação” a emissão de “vários decretos, circulares e instrutivos” que permitem às autoridades declarar toque de recolher e ter apoio do Exército em caso de excesso.

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