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Poucos manifestantes permanecem em universidade de Hong Kong, mas sem prazo para sair

Por Kate Lamb e Jessie Pang

HONG KONG (Reuters) – Ao menos oito manifestantes que continuavam entrincheirados em uma universidade de Hong Kong se renderam nesta sexta-feira, e outros procuraram rotas de fuga para escapar do batalhão de choque que cercou o campus, mas disseram não haver prazo para encerrar o impasse.

O cerco à Universidade Politécnica, localizada na península de Kowloon, parecia estar chegando ao fim. Poucos manifestantes permanecem no local dias depois de alguns dos piores episódios de violência desde que os protestos antigoverno se intensificaram em junho.

O chefe da polícia, Chris Tang, que assumiu o cargo nesta semana, exortou os ativistas remanescentes a saírem.

“Acredito que as pessoas dentro do campus não querem que seus pais e amigos… se preocupem com eles”, disse Tang a repórteres.

Os manifestantes amotinados dizem que querem evitar ser presos por se rebelarem ou por outras acusações, e por isso torcem para encontrar alguma maneira de sair sem serem notados pela polícia ou se esconder.

O campus estava tão calmo nesta sexta-feira que era possível ouvir os brados dos soldados do Exército Popular de Libertação da China enquanto se exercitavam em sua base próxima.

Muitos andares dos edifícios pareciam esconderijos abandonados de rebeldes repletos de restos, como mochilas, máscaras, garrafas de água, bitucas de cigarro. Havia câmeras de segurança destruídas por toda parte, e os armários estavam cheio de máscaras antigás e roupas pretas.

“Estamos nos sentindo um pouco cansados. Todos nós nos sentimos cansados, mas não desistiremos tentando sair”, disse um manifestante, de 23 anos, que se identificou como Shiba enquanto comia macarrão na cantina.

Um repórter da Reuters viu seis manifestantes vestidos de preto de mãos dadas andando na direção das fileiras da polícia, e um socorrista viu dois outros se renderem mais tarde.

Os manifestantes, que atacaram os policiais com coquetéis molotov, pedras e até arco e flecha, querem uma democracia plena e um inquérito independente sobre a suposta brutalidade policial, entre outras exigências.

A polícia vem reagindo aos ataques com balas de borracha, gás lacrimogêneo, canhões de água e ocasionalmente com munição letal, mas diz agir com moderação em situações com risco de morte.

Pequim se diz comprometida com a fórmula “um país, dois sistemas” por meio da qual Hong Kong é governada, e vêm acusando países estrangeiros, que incluem Estados Unidos e Reino Unido, de atiçarem os tumultos.

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