Asia

Importações de soja do Brasil pela China recuam em outubro

PEQUIM (Reuters) – As importações chinesas de soja do Brasil quase caíram pela metade em relação ao ano anterior, mostraram dados alfandegários da China nesta segunda-feira, com importadores adiando as compras naquele mês em meio a esperanças de um acordo comercial sino-americano e com um surto severo de peste suína africana restringindo a demanda.

A China, maior compradora de soja do mundo, importou 3,79 milhões de toneladas da oleaginosa do Brasil, seu maior fornecedor, em outubro –uma queda de 42% em relação ao mesmo mês do ano anterior, mostraram dados divulgados pela Administração Geral de Alfândegas.

No ano passado, o Brasil nunca exportou tanta soja, com a China levando a maior parte, uma vez que evitava o produto dos EUA em função da guerra comercial.

“Em agosto e setembro, muitos importadores estavam esperando para comprar soja nos EUA e perderam a chance de comprar grão brasileiro”, disse um trader da China.

“Isso afetou as chegadas em outubro e novembro”, disse o trader, que se recusou a ser identificado porque não estava autorizado a falar com a imprensa.

Enquanto isso, as importações chinesas de soja dos EUA em outubro chegaram a 1,147 milhão de toneladas, contra apenas 66.955 toneladas um ano atrás, segundo os dados, quando chegaram as cargas registradas durante uma trégua comercial sino-americana.

A China normalmente compra a maior parte de sua soja nos EUA no quarto trimestre, quando os embarques americanos dominam o mercado após a colheita e com a entressafra no Brasil.

Pequim aplicou tarifas pesadas em uma lista de produtos dos EUA, incluindo soja, em julho do ano passado, após a guerra comercial entre as duas principais economias do mundo.

Como resultado, os embarques de soja dos EUA para a China pararam gradualmente, antes de retomarem depois que os dois lados concordaram com uma trégua em dezembro.

A China comprou mais soja nos EUA nos últimos meses, como um gesto de boa vontade em meio a negociações em andamento.

Um surto da peste suína africana que varreu o país também reduziu as importações.

O rebanho suíno da China encolheu 41% em setembro, em comparação com um ano atrás, segundo dados oficiais, reduzindo a demanda por farelo de soja, um ingrediente-chave na alimentação animal.

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