Economy

Cafeicultor da Colômbia busca manter rentabilidade em 2020 após produtividade recorde

Por Luis Jaime Acosta

CHINCHINÁ, Colômbia (Reuters) – Os cafeicultores da Colômbia, que atingiram um recorde de produtividade neste ano, deverão seguir lutando em 2020 para reduzir os custos de produção e aumentar a qualidade do grão, visando assegurar a rentabilidade da atividade, disse o principal dirigente do setor no país.

O setor cafeeiro da Colômbia, maior produtora mundial de café arábica lavado, enfrentou uma forte crise pelo segundo ano consecutivo em 2019, devido aos baixos preços internacionais do grão, que levaram as receitas dos agricultores a figurarem abaixo dos custos de produção durante boa parte da temporada.

“O desafio ainda é encontrar um preço para o café colombiano que dê estabilidade à produção e estabilidade à renda do cafeicultor. Não é fácil”, disse o gerente da Federação Nacional de Cafeicultores, Roberto Vélez, em entrevista à Reuters.

“A segunda parte do desafio é continuar com o programa de renovação cafeeira”, acrescentou.

Os baixos preços, a menos de 1 dólar por libra-peso durante a maior parte do ano, obrigaram o governo a destinar em abril 29 milhões de dólares para auxiliar os produtores de café.

A desvalorização do peso colombiano ante ao dólar, além da qualidade reconhecida pelo mercado, ajudou os produtores a fazer frente à situação.

“Com um mercado em 1,15 (dólar) e o prêmio do café colombiano na ordem de 30 centavos a 32 centavos, estamos falando de 1,47 (dólar), quase 1,50. Esses são os níveis que a cafeicultura colombiana precisa para poder seguir seu caminho para o futuro”, disse o dirigente, fazendo referência aos preços atuais.

As receitas atuais dos produtores cobrem os custos de produção, estimados em 780 mil pesos (224,80 dólares) por carga de 125 kg. Os maiores custos provêm de mão de obra e fertilização. O preço interno terminou a terça-feira em 960 mil pesos (276,70 dólares) por carga, enquanto o valor do arábica em Nova York fechou em 1,1685 dólar por libra-peso.

A Colômbia, com 880 mil hectares cultivados com café, espera uma safra de 14 milhões de sacas para este ano, e uma cifra similar para 2020.

Velez disse que a Colômbia alcançou em 2019 os melhores indicadores técnicos da sua cafeicultura, com uma densidade de 5.200 pés de café por hectare, uma idade média de 6,5 anos dos cultivos e produtividade de 20,5 sacas por hectare, ainda abaixo dos 30 sacos do Brasil e dos 38 do Vietnã.

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