Economia

Ofertas de ações têm volume recorde de R$ 78,3 bilhões

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – As 36 ofertas de ações realizadas neste ano na B3, a Bolsa de Valores de São Paulo, resultaram em um valor recorde captado pelas empresas.
Os IPOs (ofertas públicas iniciais de ações) e follow ons (emissões secundárias) geraram R$ 78,3 bilhões no ano até novembro, segundo dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos mercados Financeiro e de Capitais).
O volume é cinco vezes o que foi registrado em igual período de 2018 e é recorde da série iniciada em 2002, desconsiderando a venda pelo governo federal, em 2010, de R$ 120,4 bilhões em ações da Petrobras.
Entre os principais compradores dessas ofertas de ações (subscritores) estão os fundos de investimentos, com 43,5% do total – em 2018, esse percentual era 26,6%.
Em seguida vieram os investidores estrangeiros, com 42%. Já os investidores pessoas físicas registraram 7,5% de participação – um recuo ante o observado em 2018, quando compunham 8,5% do total de subscritores. Outros investidores institucionais correspondem por 7% desse total.
O crescimento do mercado de capitais reflete o ambiente macroeconômico mais estável, com inflação controlada e juros baixos, diz José Eduardo Laloni, vice-presidente da Anbima.
“Mantidas as condições atuais do cenário, as perspectivas para 2020 seguem positivas”, diz José Eduardo Laloni, vice-presidente da Anbima.
A taxa básica de juros (Selic) está, atualmente, em 5% ao ano. Segundo o relatório Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central, a expectativa é de que a taxa alcance 4,5% ao ano até o final de 2019.
Fundos Ainda segundo dados da Anbima, a indústria de fundos registrou uma captação líquida de R$ 228,1 bilhões, mais que o triplo do registrado em igual período de 2018.
Desde o início do ano o mercado tem registrado um aumento no interesse por fundos e tem creditado esse movimento à maior busca por retorno por parte dos investidores.
A rentabilidade dos ativos de renda fixa diminuíram significativamente ante a queda da Selic. Agora, esses investidores buscam a diversificação como alternativa de alcançar ganhos maiores.
Nas carteiras dos gestores, o segmento de renda fixa —como títulos do Tesouro, CDBs (Certificados de Depósitos Bancários) e outros ativos semelhantes— continua o responsável pelo maior número de investimentos.
Os fundos de ações e multimercados (carteiras que podem investir em diferentes ativos de renda fixa e variável), por sua vez, foram os únicos segmentos que demonstraram crescimento.
Enquanto a participação de renda fixa caiu de 44% em 2018 para 41,1% neste ano, as carteiras de ações subiram de 6,6% para 8% no período, enquanto as de multimercado avançaram de 21,1% para 21,4%.
A emissão de dívidas por parte das empresas (debêntures) também mostrou marca recorde no período.
De janeiro a novembro, os papéis voltados para infraestrutura (que concedem benefício fiscal às pessoas físicas) captaram R$ 27 bilhões, alta de 19,3% em relação a igual intervalo de 2018.
Os períodos de duração dessas dívidas também foram alongados: 33,9% das emissões apresentaram vencimento acima de sete anos.
As debêntures sem incentivo fiscal, por sua vez, totalizaram R$ 126,5 bilhões e 230 operações.
No total das ofertas no exterior e no Brasil (este último incluindo produtos de renda fixa, híbridos e renda variável), o mercado de capitais registrou um volume de R$ 440,8 bilhões de janeiro a novembro deste ano, alta de 60,6% em relação a igual período de 2018 e também um recorde histórico. 

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