Cotidiano

Tumor de Covas tem redução expressiva e médicos dizem que cenário é maravilhoso

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O prefeito de São Paulo, Bruno Covas (PSDB), 39, reagiu positivamente ao tratamento quimioterápico a que tem sido submetido e seu tumor na região do estômago teve redução expressiva desde o início do terapia, no final de outubro. Além disso, a metástase no fígado diminuiu significativamente e os linfonodos comprometidos também foram reduzidos.
Foi o que anunciaram em coletiva de imprensa nesta segunda-feira (9) os médicos responsáveis por seu tratamento no hospital Sírio-Libanês, que classificaram as notícias como “auspiciosas”, “magníficas” e “maravilhosas”.
Covas foi internado neste domingo (8) no hospital Sírio-Libanês, na Bela Vista (região central), para passar por uma bateria de exames médicos com o objetivo de avaliar os resultados das sessões de quimioterapia pelas quais passou nos últimos dois meses. Foram esses exames que mostraram o cenário clínico definido como “o melhor possível” pelos médicos.
Covas enfrentará ainda mais cinco sessões de quimioterapia seguindo o mesmo protocolo, ou seja, internações de dois dias recebendo a medicação por aproximadamente 30 horas. O intervalo entre elas será de 15 dias, e a primeira será realizada nesta terça-feira (10).
Em sua rotina, o prefeito deverá manter as restrições que tem adotado, como evitar grandes aglomerações e atividades físicas muito intensas, mas poderá continuar com atividades profissionais como gravar vídeos, despachar e comandar reuniões.
Há cerca de três anos, temendo sofrer um infarto antes dos 40, Covas adotou um estilo de vida saudável, passou a se alimentar de maneira regrada e a fazer atividades físicas com frequência e perdeu mais de 15 quilos. De acordo com os médicos, a nova forma física tem contribuído para o sucesso do tratamento e, também por isso, Covas está liberado para continuar a frequentar a academia.
Os médicos explicaram que o prefeito foi submetido a três exames de imagem no domingo: endoscopia, ressonância magnética e pet scan (tomografia por emissão de pósitrons).
A endoscopia mostrou que no local em que havia o tumor há um processo de fibrose e cicatrização (o que não significa que não existam mais quaisquer células cancerígenas, mas que o corpo reagiu “da melhor maneira possível”, como disse o oncologista Túlio Pfiffer, e o câncer encolheu substantivamente).
A ressonância magnética e o pet scan revelaram que a lesão de fígado diminuiu, assim como os linfonodos comprometidos.
“No pet scan, vimos que a lesão hepática não só deixou de captar [açúcar, que é o contraste no exame] como diminuiu muito em volume. Embora a gente não possa dizer que todas as células tumorais estejam mortas naquele ponto, tivemos a regressão mais expressiva que se pode encontrar em um pet scan”, disse o oncologista Artur Katz.
Os exames de sangue também evidenciaram a resposta positiva do corpo do prefeito. Um dos marcadores tumorais, chamado de CA 19-9, teve queda de 90% em relação ao valor medido antes do início da quimioterapia.
“O tratamento teve eficácia muito acima do que era esperado e uma tolerância também muito maior do que a esperada”, completou Katz. Em fevereiro, com o fim desse ciclo quimioterápico, os médicos avaliarão se novos procedimentos serão necessários, como mais sessões de quimioterapia ou uma cirurgia.
O clima da entrevista coletiva dos médicos foi bastante diferente do que marcou a ocasião do anúncio da doença do prefeito, quando os mesmos profissionais adotaram um tom grave e apreensivo para explicar o diagnóstico e o tratamento.
Nesta segunda, além da animação nos semblantes, os médicos arriscaram adjetivos positivos e até mesmo piadas futebolísticas.
“O resultado [do tratamento] foi goleada, 4 a 0 Santos e Flamengo, 4 a 0 Bruno Covas”, afirmou o infectologista David Uip, em referência à vitória do time de coração do prefeito neste domingo (9) sobre o campeão brasileiro.
Nas redes sociais, Covas escreveu que “a guerra tá longe de acabar, mas as vitórias até aqui foram animadoras.”
O prefeito foi internado no dia 23 de outubro, quando se tratava de uma infecção de pele. No dia 28, ele recebeu diagnóstico de câncer localizado entre o estômago e o esôfago, com metástase no fígado.
Desde então, passou por três sessões de quimioterapia, a última delas finalizada no dia 26 de novembro. No período, Covas disse não ter sofrido com efeitos adversos como enjoo ou fraqueza. Aos secretários, tem dito em tom de brincadeira que parece que está recebendo placebo.
Covas intensificou sua agenda de reuniões no período, tendo recebido secretários no hospital com frequência. Como pretende se candidatar à reeleição em 2020, também tem participado de compromissos para organizar sua campanha.

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