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Johnson caminha para vitória em eleição apertada no Reino Unido

Por Andy Bruce e David Milliken

LONDRES (Reuters) – O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, parece caminhar para vencer a eleição de quinta-feira, embora a disputa tenha se acirrado e não esteja mais garantido que ele terá uma maioria, de acordo com pesquisas de opinião divulgadas nesta quarta-feira, véspera da votação.

A eleição do dia 12 de dezembro tem sido descrita por todos os partidos no Reino Unido como a mais importante de que se lembram, e Johnson tem pedido aos eleitores que deem ao seu Partido Conservador uma grande maioria para que possa retirar o país da União Europeia rapidamente no mês que vem.

O Partido Trabalhista, principal legenda de oposição a Johnson, promete um novo referendo sobre o Brexit, assim como a reeestatização de empresas de serviços públicos e ferrovias.

O instituto YouGov, que previu com exatidão o resultado da última eleição de dois anos atrás graças a uma pesquisa elaborada que estima o desfecho de distritos eleitorais específicos, reduziu sua previsão sobre uma maioria provável de Johnson para 28 cadeiras — duas semanas atrás a estimativa era de uma maioria de 68.

Os resultados possíveis ainda variam de uma vitória arrasadora para os conservadores de Johnson a um Parlamento sem maioria e sem um partido no controle, disse o YouGov, dada a possibilidade de “um voto tático” em dezenas de distritos onde a disputa está acirrada com o objetivo de evitar dar uma maioria a Johnson.

“Não podia estar mais apertada”, disse Johnson, o rosto da campanha pela saída do Reino Unido da UE em 2016, quando indagado nesta quarta sobre as pesquisas de opinião. Ele entregou leite para eleitores no final da tarde.

“Estou dizendo a todos que é muito real o risco de estarmos rumando para mais um Parlamento sem maioria amanhã, isso é mais vacilação, mais hesitação, mais atraso, mais paralisia para este país.”

Em uma busca de última hora por votos, tanto Johnson quanto o líder trabalhista, Jeremy Corbyn, viajaram pelo país em campanha.

Corbyn pediu que os eleitores rejeitem a política do desespero e da divisão que ele disse que os conservadores têm semeado e fez um apelo para que os britânicos votem pela justiça e pela igualdade.

O modelo do YouGov indicou que os conservadores estão a caminho de conquistar 339 das 650 cadeiras da Câmara dos Comuns, ou 43% dos votos, e os trabalhistas 231 assentos, ou 34% dos votos.

Embora, se confirmado, esse seria o melhor desempenho dos conservadores em termos de assentos desde a vitória de Margaret Thatcher em 1987, o YouGov disse que a quantidade de vagas dos conservadores pode variar entre 311 e 367.

A libra despencou em relação ao dólar imediatamente após a divulgação da pesquisa.

Um levantamento do instituto Opinium apontou que a vantagem dos conservadores sobre os trabalhistas diminuiu de 15 pontos percentuais, para 12 pontos percentuais.

Johnson convocou a eleição antecipada para romper com o que chamou de paralisia do sistema político britânico após mais de três anos de crise sobre como, quando e até se a nação deve deixar a UE, depois de a desfiliação ser aprovada em referendo.

(Reportagem adicional de Estelle Shirbon e Tommy Wilkes)

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