Asia

Rússia busca novas maneiras para reduzir exportação de grãos quando necessário

MOSCOU (Reuters) – A Rússia está buscando uma nova forma de restringir exportações de grãos quando notar o superávit exportável do país sob “certas condições de mercado”, disse o ministro da Agricultura local, Dmitry Patrushev, ao jornal Kommersant.

Em 2010, a Rússia chocou os mercados globais com uma proibição total às exportações de grãos após uma safra ruim. Em 2015, o país utilizou intervenções informais para limitar os embarques, o que tornou mais difícil para operadores o cumprimento de contratos futuros.

Desde que se tornou o maior exportador de trigo do mundo, o país tem utilizado instrumentos menos dramáticos, como taxas sobre as exportações de grãos –que no momento estão zeradas, mas podem ser elevadas rapidamente pelo governo.

As prioridades do Ministério da Agricultura russo são as necessidades do mercado doméstico e a segurança alimentar do país, disse Patrushev em entrevista publicada nesta sexta-feira pelo Kommersant.

“Nós não podemos permitir que os preços domésticos dos grãos caiam ou subam significativamente, ou que o mercado doméstico tenha escassez de grãos para criadores de animais ou moinhos. Como vivemos em uma economia de mercado, sob certas condições nossos estimados exportadores podem querer exportar tudo. É claro que não podemos permitir que isso aconteça.”

O novo mecanismo em estudo forneceria uma base para as restrições às exportações de grãos, mas seria ativado apenas quando estritamente necessário, disse o ministro.

Ele não forneceu detalhes sobre o funcionamento do sistema.

Patrushev também disse que apoia uma ideia do vice-primeiro-ministro russo, Alexei Gordeyev, veterano do setor agrícola, de criar uma organização global de grãos nos moldes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).

Gordeyev tem feito lobbies periódicos por uma “Opep dos grãos”, que teria como objetivos garantir a estabilidade do mercado, coordenar políticas de preços e solucionar problemas relacionados à fome no mundo.

“Acredito que os principais países produtores de grãos devem sentar e negociar, prestar mais atenção à cooperação para garantir a estabilidade do mercado, formar políticas de preços”, disse Patrushev.

(Por Polina Devitt)

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