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Câmara dos EUA deve fazer história ao votar impeachment de Trump

Por David Morgan e Patricia Zengerle

WASHINGTON (Reuters) – A Câmara dos Deputados dos Estados Unidos está prestes a realizar uma votação impactante e extremamente polarizadora nesta quarta-feira, quando provavelmente aprovará o impeachment do presidente Donald Trump em resultado das acusações de abuso de poder e obstrução de um inquérito do Congresso.

A votação na Câmara de maioria democrata deve depender quase totalmente do alinhamento partidário, sublinhando a divisão profunda no Congresso a respeito da conduta de Trump – e o cisma político mais amplo na própria nação.

Trump se tornaria o terceiro presidente norte-americano a sofrer impeachment, uma limitação extraordinária ao poder presidencial prevista na Constituição do país para executivos que cometem “altos crimes e delitos”. Nenhum presidente já foi afastado do cargo nestes termos.

A votação, que deve acontecer de tarde ou no início da noite, resultaria em um julgamento no Senado no mês que vem no qual membros da Câmara atuarão como procuradores. O Senado é controlado pelos republicanos, que vêm mostrando pouco interesse em retirar Trump do cargo.

Democratas da Câmara acusam Trump de abusar de seu poder pedindo à Ucrânia que investigue Joe Biden, ex-vice-presidente dos EUA e um dos democratas mais bem posicionados para disputar a eleição de 2020. Trump também é acusado de obstruir uma investigação do Congresso a respeito da questão.

Trump insiste que não fez nada errado, e classificou o processo como “uma farsa total”.

Ele denunciou o inquérito, descrevendo-o como uma “tentativa de golpe”, e argumenta que os democratas estão tentando reverter os resultados da eleição de 2016, na qual ele derrotou a democrata Hillary Clinton.

Tendo em conta que Trump buscará um segundo mandato no ano que vem, o impeachment está dividindo o público – a maioria dos eleitores democratas o apóia, e a maioria dos republicanos o rejeita.

Temerosos de um revés político, os democratas resistiram durante muito tempo a um inquérito de impeachment, mesmo depois que o procurador especial Robert Mueller delineou possíveis episódios de obstrução da justiça de Trump em seu relatório sobre a interferência russa no pleito de 2016.

Mas depois que um delator trouxe à luz um telefonema de julho no qual Trump pressionou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, a investigar Biden, democratas da Câmara se apressaram para tomar depoimentos de funcionários antigos e atuais do governo.

(Reportagem de David Morgan, Patricia Zengerle, Susan Cornwell e Richard Cowan; Reportagem adicional de Susan Heavey)

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