Latin America

Soja recua em Chicago apesar de assinatura de acordo EUA-China; trigo avança

Por Julie Ingwersen

CHICAGO (Reuters) – Os contratos futuros da soja negociados em Chicago recuaram nesta quarta-feira para mínima de um mês, mesmo após a assinatura de um acordo comercial Fase 1 dos Estados Unidos com a China, maior importadora global da oleaginosa, à medida que operadores continuam com dúvidas em relação aos termos do pacto.

O milho acompanhou a soja e também recuou, enquanto os futuros do trigo encerraram a sessão em alta, com os crescentes preços globais no mercado físico impulsionando compras técnicas, disseram analistas.

O contrato março da soja fechou em queda de 13,50 centavos de dólar, a 9,2875 dólares por bushel, após ter chegado a recuar até 9,2825 dólares, menor nível para o contrato desde 16 de dezembro. A mínima anterior havia sido atingida pouco após o anúncio do pacto comercial sino-americano, em 13 de dezembro.

O milho para março recuou 1,50 centavo, para 3,8750 dólares o bushel, enquanto o vencimento março do trigo terminou o dia em alta de 4,75 centavos, a 5,7325 dólares/bushel, depois de tocar máxima de 5,7875 dólares, maior valor desde novembro de 2018.

A queda na soja reflete o ceticismo de operadores quanto ao aumento das compras do grão norte-americano pela China, diante da forte competição com embarques da América do Sul.

Pelo acordo, a China se comprometeu com compras adicionais de 32 bilhões de dólares em produtos agrícolas dos EUA em dois anos, o que inclui um aumento de 12,5 bilhões de dólares em 2020, tendo como base o patamar de 24 bilhões de dólares de 2017; e de 19,5 bilhões de dólares em 2021, também tendo os números de 2017 como base.

O pacto, porém, não especificou os volumes que devem ser adquiridos de cada commodity e apontou que condições de mercado podem ditar o momento das compras.

“Há muitos pontos de interrogação por aqui, e eu não acho que o mercado goste de incertezas”, disse o presidente da corretora Standard Grain, Joe Vaclavik.

“Eu não sei se em algum momento o mercado da soja foi convencido de que veremos compras recordes. Nunca operamos nesse sentido”, acrescentou.

(Reportagem adicional de Naveen Thukral e Sybille de La Hamaide)

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