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Como Biden reagiu na disputa presidencial democrata em Iowa

Por Tim Reid

FORT DODGE, Iowa (Reuters) – A moradora de Iowa Carolyn Miller há muito levantava dúvidas sobre a candidatura de Joe Biden, acreditando que o ex-vice-presidente dos Estados Unidos era velho demais e teria dificuldades para derrotar o presidente Donald Trump na eleição de novembro.

Então ela viu Biden, de 77 anos, falar em uma faculdade comunitária em Fort Dodge nesta semana.

“Esta noite resolveu para mim. Eu não o achei velho”, disse Miller, que tem 78 anos, depois. “Temos que tê-lo lá para arrumar as coisas.”

Faltando poucos dias para que Iowa inicie formalmente, no dia 3 de fevereiro, as primárias para a escolha do candidato do Partido Democrata na eleição presidencial deste ano, eleitores como Miller podem explicar a recente onda de Biden no topo das pesquisas de opinião.

Além do reconhecimento do nome como o número 2 do ex-presidente Barack Obama e da atenção dada às viagens de ônibus pelo Estado agrícola, Biden parece estar ganhando o argumento de elegibilidade com os eleitores democratas. Eles citam cada vez mais a derrota de Trump como sua principal preocupação e disseram consistentemente que Biden é o candidato mais provável de conseguir isso.

Biden aproveitou a última crise com o Irã para divulgar suas credenciais de política externa. O democrata também usou a batalha de impeachment sobre o esforço de Trump para convencer a Ucrânia a investigá-lo para mostrar sua capacidade de resistir a ataques de um presidente republicano que, argumenta Biden, teme tê-lo como concorrente.

A reviravolta de Biden, que estava atrás dos rivais Bernie Sanders, Elizabeth Warren e Pete Buttigieg em Iowa durante boa parte do ano passado, apesar de liderar as pesquisas nacionais, é um sinal promissor para o candidato que conquistou menos de 1% dos votos no Estado na sua tentativa fracassada de candidatura em 2008.

Biden agora está à frente ou empatado pela liderança em Iowa com Sanders, senador pelo Vermont. Ele também subiu para o segundo lugar, atrás de Sanders, nas médias das pesquisas em New Hampshire, o segundo Estado a realizar uma primária democrata.

JANELA DE OPORTUNIDADE

Uma vitória de Biden em Iowa pode desequilibrar a corrida. Ao contrário de Warren e Buttigieg, que apostam fortemente no Estado predominantemente branco para impulsionar suas campanhas, Biden tem um apoio muito mais forte dos eleitores afro-americanos na Carolina do Sul e em outros Estados mais diversos que poderiam ajudá-lo a selar a indicação.

A disputa permanece extremamente fluida e próxima entre os principais candidatos. Biden também enfrenta uma ameaça de Michael Bloomberg, o bilionário ex-prefeito de Nova York que está gastando milhões de sua fortuna em sua própria campanha para a Casa Branca focada em Estados eleitorais que realizarão primárias posteriormente.

Ainda assim, a campanha de Biden mudou sua postura. Se antes procurava alimentar expectativas baixas sobre a disputa em Iowa, agora tem dito que uma vitória lá lhe permitiria controlar a corrida pela indicação democrata desde o início.

O julgamento de impeachment de Trump deu a Biden outra janela de oportunidade. Sanders, Warren e outro senador democrata presidenciável, Amy Klobuchar, estão em Washington atuando no julgamento no Senado.

Isso deixou Iowa praticamente só para o moderado Biden fazer campanha nos últimos dias.

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