América Latina

Um ano após rompimento de barragem da Vale, dor é profunda na mineira Brumadinho

Por Pablo Garcia

BRUMADINHO, Minas Gerais (Reuters) – Exatamente há um ano, uma barragem de rejeitos da Vale na cidade mineira de Brumadinho entrou em colapso, matando mais de 250 pessoas em um dos piores desastres de mineração do mundo.

Para os sobreviventes e parentes das vítimas que ainda buscam respostas e justiça, o tempo não cura.

“Hoje é o mesmo que foi o dia da tragédia. O mesmo sentimento de dor, traição, perda”, disse Rafaela Cavalcante Andrade, que perdeu a irmã na tragédia.

“Minha irmã era uma pessoa que amava a vida. Ela não merecia isso…passaram-se 365 dias e o sentimento é o mesmo.”

O ex-presidente da Vale Fabio Schvartsman e outras 15 pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público de Minas Gerais por homicídios dolosos duplamente qualificados e crimes ambientais, devido ao rompimento da barragem em Brumadinho, em 25 de janeiro do ano passado.

Respondendo às acusações, a Vale disse que ficou “perplexa” com as acusações de dolo, enquanto a defesa de Schvartsman considerou “injusta e lamentável a tentativa de punir quem, desde a primeira hora, cumpriu com seu dever e esteve ao lado das autoridades para investigar o ocorrido e reparar os danos”.

Um painel de especialistas contratado pela assessoria jurídica externa da mineradora concluiu em dezembro que o rompimento foi resultado da “liquefação estática” dos rejeitos dentro da estrutura.

Andresa Rodrigues, que afirmou que seu filho de 26 anos, Bruno Rocha Rodrigues, foi “assassinado pela Vale”, diz que não pode haver recompensa por sua perda.

“O último ano foi de dor, lamento e tristeza, revolta e indignação… Não existe reparação. Todas os tentativas de mitigação não são suficientes para amenizar a nossa dor”, disse.

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