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Senado dos EUA impede novas testemunhas em julgamento de impeachment de Trump, abre caminho para absolvição

Por David Morgan e Patricia Zengerle

WASHINGTON (Reuters) – O Senado dos Estados Unidos votou nesta sexta-feira contra a convocação de testemunhas e a coleta de novas evidências no julgamento de impeachment do presidente Donald Trump, abrindo caminho para a provável absolvição dele nos próximos dias.

Por 51 votos a 49, o Senado controlado pelos republicanos impediu a tentativa dos democratas de ouvir depoimentos de testemunhas, como do ex-assessor de Segurança Nacional John Bolton, que, acredita-se, teria tido conhecimento em primeira mão dos esforços do presidente para pressionar a Ucrânia a investigar um rival político, o ex-vice-presidente dos EUA Joe Biden.

Essas ações levaram a Câmara dos Deputados dos EUA, controlada pelos democratas, a acusar formalmente Trump, que é republicano, de abuso de poder e obstrução do Congresso em dezembro.

Isso fez de Trump apenas o terceiro presidente na história dos Estados Unidos a sofrer impeachment. Ele nega irregularidades e acusa os democratas de “tentativa de golpe”.

É praticamente certo que o Senado vai absolver Trump das acusações de impeachment, já que são necessários dois terços dos votos dos senadores para remover Trump do cargo e nenhum dos 53 senadores republicanos indicou que votará pela condenação.

Na votação desta sexta sobre as testemunhas, somente dois republicanos –Mitt Romney e Susan Collins– romperam com o partido e votaram com os democratas.

“A América vai lembrar este dia, infelizmente, onde o Senado não esteve à altura de suas responsabilidades, onde o Senado se afastou da verdade e conduziu uma farsa de julgamento”, disse o líder democrata no Senado, Chuck Schumer, a jornalistas.

Trump tentará a reeleição na disputa presidencial de 3 de novembro. Biden é um dos favoritos para obter a indicação democrata para enfrentá-lo.

O momento em que ocorrerá a votação final sobre o impeachment ainda não está claro.

O líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnell, disse em comunicado que pretende concluir o julgamento “nos próximos dias”.

O senador republicano Mike Braun disse que o Senado deve trabalhar na próxima segunda-feira até quarta-feira, com o objetivo de fazer uma votação final na quarta.

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