Asia

Trump critica restrições propostas à venda de peças dos EUA para setor aéreo chinês

Por Jeff Mason e Makini Brice

WASHINGTON (Reuters) – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou duramente nesta terça-feira propostas que poderiam restringir a capacidade das empresas norte-americanas de fornecer motores a jato e outros componentes ao setor de aviação da China e também disse que havia instruído seu governo a impedir tais medidas.

A intervenção do presidente norte-americano ilustrou, pelo menos nesse caso, seu desejo de priorizar os benefícios econômicos em detrimento de possíveis armadilhas competitivas e preocupações de segurança nacional.

Isso contrasta com o tratamento de seu governo quanto à indústria de telecomunicações da China, visto que as empresas dos EUA são impedidas de negociar com a Huawei Technologies, a maior fabricante de equipamentos de telecomunicações do mundo, por razões de segurança nacional.

Mas, em uma série de tuítes nesta terça-feira, Trump disse que a segurança nacional não deve ser usada como uma “desculpa” para dificultar a compra de produtos norte-americanos por países estrangeiros.

“Os Estados Unidos não podem, e não se tornarão, um lugar tão difícil de lidar em termos de países estrangeiros comprando nossos produtos, inclusive pela sempre usada desculpa da Segurança Nacional, que nossas empresas serão forçadas a sair para permanecer competitivas”, escreveu Trump no Twitter.

“Como exemplo, quero que a China compre nossos motores a jato, os melhores do mundo”, acrescentou.

Trump não identificou as restrições. A Casa Branca se recusou a comentar.

A série de tuítes de Trump foi uma aparente referência a notícias no fim de semana de que o governo dos EUA considera a possibilidade de proibir a General Electric Co de continuar a fornecer motores para um novo jato de passageiros chinês.

Washington também avalia limites sobre outros componentes de aeronaves comerciais chinesas, como sistemas de controle de voo fabricados pela Honeywell International Inc.

O ponto central da possível repressão à venda de peças dos EUA para a indústria aeronáutica chinesa depende se as remessas podem impulsionar a ascensão de um concorrente sério à norte-americana Boeing ou aumentar as capacidades militares da China.

A Associação da Indústria de Semicondutores (SIA, na sigla em inglês) saudou os comentários de Trump.

“Aplaudimos os tuítes do presidente Trump em apoio às empresas norte-americanas capazes de vender produtos para a China e se opõem aos regulamentos propostos que reduziriam indevidamente essa capacidade”, disse John Neuffer, presidente da SIA, em comunicado.

“Como temos discutido com o governo, as vendas à China de produtos comerciais não sensíveis impulsionam a pesquisa e inovação de semicondutores, o que é fundamental para a força econômica e a segurança nacional dos Estados Unidos.”

(Reportagem adicional de Tim Ahmann)

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