Asia

Japão é criticado por esforços contra coronavírus em navio, passageiros começam a desembarcar

Por Linda Sieg e Ryan Woo

TÓQUIO/PEQUIM (Reuters) – Centenas de pessoas começaram a desembarcar de um navio de cruzeiro em quarentena no Japão nesta quarta-feira em meio às crescentes críticas à maneira que o país lidou com o surto de coronavírus a bordo, que infectou mais de 540 pessoas.

O número de mortos por causa do novo coronavírus na China continental superou os 2 mil, mas o número de novos casos caiu pelo segundo dia seguido, oferecendo um pouco de esperança que ajudou as bolsas de valores da Ásia a registrarem ganhos e os índices futuros dos mercados acionários nos Estados Unidos a subirem.

A China, segunda maior economia do mundo, está sofrendo para colocar seu setor manufatureiro de volta aos trilhos depois de impor rigorosas restrições para conter o vírus, que surgiu na província central de Hubei no ano passado.

No Japão, centenas de pessoas desembarcaram do navio de cruzeiro de bandeira britânica Diamond Princess, no porto de Yokohama, perto de Tóquio, encerrando um isolamento que começou no dia 3 de fevereiro, depois de um ex-passageiro ser diagnosticado com o vírus em Hong Kong.

“Estou muito ansioso para sair deste navio”, disse a passageira australiana Vicki Presland à Reuters por meio de um link em uma rede social. Ela fazia parte de um grupo de australianos que desembarcou para pegar um voo de repatriação para a Austrália, onde ficará de quarentena por 14 dias na cidade de Darwin.

O surto no navio de cruzeiro, de propriedade da Carnival Corp, representou a maior concentração de infecções pelo novo coronavírus fora da China continental, apesar das mais de duas semanas de quarentena para os aproximadamente 3.700 passageiros e tripulantes a bordo.

Em meio a questionamentos sobre como o vírus se disseminou no navio, o ministro da Saúde do Japão, Katsunobu Kato, defendeu os esforços do país.

“Infelizmente, casos de infecção surgiram, mas nós, na medida do possível, tomamos medidas apropriadas para evitar casos graves, incluindo o envio de pessoas infectadas para hospitais”, disse Kato em reportagem da TV estatal NHK.

O Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos (CDC) disse que os esforços do Japão podem ter desacelerado o vírus, mas não foram o bastante.

“A avaliação do CDC é de que pode não ter sido suficiente para prevenir a transmissão entre indivíduos no navio”, disse o órgão em comunicado.

O Japão disse repetidamente que a resposta à epidemia no navio foi apropriada.

Na China, o sinal promissor veio da Comissão Nacional de Saúde do país, que relatou o menor aumento diário de novas infecções desde 29 de janeiro, ou 1.749 novos casos confirmados. Hubei –epicentro do surto– relatou o menor número de novas infecções desde 11 de fevereiro.

Os dados mais recentes mostram o número total de casos na China em mais de 74 mil e o número de mortos em 2.004, três quartos deles na cidade de Wuhan, capital da província de Hubei. Seis pessoas morreram por causa do coronavírus fora da China continental, incluindo uma nova morte anunciada na quarta-feira em Hong Kong.

((Tradução Redação São Paulo, 5511 56447759)) REUTERS ES

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