Asia

Esporte sem público no Japão: um prelúdio do que será a Olimpíada em tempos de coronvírus?

Por Antoni Slodkowski

TÓQUIO (Reuters) – Uma fila de espectadores mascarados irrompe em aplausos para os corredores de elite da maratona, e o barulho de um taco de beisebol ao acertar uma bola ecoa em torno de um estádio imenso e vazio: o esporte em Tóquio neste fim de semana deu o tom de como os Jogos Olímpicos de 2020 podem ser realizados em meio ao surto de coronavirus.

Pela primeira vez, as equipes profissionais de beisebol do Japão fizeram suas estreias em pré-temporada com portões fechados depois que o país precisou reagir firmemente à epidemia global de coronavírus, fechando escolas e cancelando eventos de massa.

Em Tóquio, a realização da maratona anual neste domingo, que teve no ano passado cerca de 38 mil atletas amadores participando, foi reduzida para apenas algumas centenas de atletas profissionais, com o público sendo fortemente encorajado a ficar em casa. Nos últimos anos, o evento atraiu mais de 1 milhão de espectadores acompanhando a maratona nas ruas.

“Se as Olimpíadas forem assim, será triste de ver”, disse Hiroshi Enomoto, um sapateiro de 68 anos, um dos pouquíssimos espectadores aplaudindo os corredores no bairro central de Asakusa.

A maratona olímpica foi transferida para a ilha de Hokkaido, no norte do Japão, devido a preocupações com o calor escaldante do verão em Tóquio, mas Enomoto e outros se perguntam se os eventos sem público deste fim de semana serão um prenúncio do que está por vir.

“Há talvez 20% das pessoas que vieram assistir à maratona no ano passado. Normalmente, é tão lotado que você mal consegue respirar”, disse Enomoto, que se lembra de ter visto o revezamento da tocha olímpica de 1964 passando por Asakusa.

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