Asia

Premiê britânico enfrenta revolta parlamentar sobre papel da Huawei em redes 5G

Por Paul Sandle e Kylie MacLellan

LONDRES (Reuters) – O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, enfrenta nesta terça-feira sua primeira revolta partidária por causa da decisão do governo de permitir que a Huawei participe da construção da rede 5G do país.

O Reino Unido decidiu em janeiro permitir à Huawei desenvolver o que o governo disse ser partes não sensíveis da rede 5G do país, limitando seu envolvimento em 35%.

Isso irritou os Estados Unidos, que querem excluir a Huawei das redes de comunicação de próxima geração do Ocidente e pediu para o Reino Unido repensar a decisão.

Um grupo do Partido Conservador de Johnson, que afirma somar 30 a 50 parlamentares, se opõe à decisão.

Alguns planejam apoiar uma emenda ao Projeto de Lei de Infraestrutura de Telecomunicações para garantir que as empresas denominadas por especialistas em segurança britânicos como “fornecedores de alto risco” – como a Huawei – sejam retiradas completamente das redes até o final de 2022.

Um dos rebeldes, David Davis, disse que a esperança é que uma votação “emblemática” da emenda proposta incentive o governo a entrar em discussões adicionais. Caso contrário, ele disse, os rebeldes tentarão forçar a decisão em uma data posterior.

O governo disse que não quer que fornecedores de alto risco tenham qualquer papel nas redes 5G, mas em um mercado dominado por apenas três participantes – Huawei, Ericsson e Nokia – algumas operadoras britânicas contam com a participação da companhia chinesa em sua infraestrutura.

“Gostaríamos de chegar ao ponto em que não precisaremos ter nenhum fornecedor de alto risco”, disse o ministro de assuntos digitais, Oliver Dowden, ao parlamento.

Mike Rake, ex-presidente da empresa de telecomunicações BT e um consultor da Huawei, disse que a empresa chinesa tem um papel vital na construção da rede 5G que o Reino Unido precisa.

“Qualquer tentativa de restringir ainda mais os equipamentos 5G da Huawei ou remover os equipamentos 4G existentes não somente acarretará custos muito significativos, mas prejudicará as relações comerciais com a China e atrasará significativamente as ambições de banda larga do governo”, afirmou ele em carta aberta.

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