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Redações buscam equilibrar cobertura com prevenção contra coronavírus

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – No Brasil e nos Estados Unidos, redações dos principais veículos vêm adotando medidas para conter o coronavírus, que vão das suspensão de viagens, esta generalizada, à restrição da presença a tarefas essenciais, prática que já vinha crescendo no setor.
As decisões foram aceleradas com a declaração de pandemia pela Organização Mundial da Saúde, na quarta (11), e buscam equilibrar a urgência da cobertura com as salvaguardas aos profissionais.
No jornal Folha de S.Paulo, desde sexta (13), com eventuais exceções, os repórteres passaram a trabalhar de casa, na maior parte das seções, enquanto editores e redatores seguem na redação, mas com o mínimo de interação pessoal, inclusive redistribuindo posições para manter os profissionais distantes uns dos outros, fisicamente. Diálogos e reuniões devem ser feitos por telefone ou mensagem.
No jornal O Estado de S. Paulo, a partir de segunda (16), todos os que puderem devem trabalhar de casa, não só na redação, mas em departamentos como comercial e a direção. As reuniões também passam a ser feitas remotamente. Entre as adaptações iniciadas na sexta, os equipamentos voltados à produção de arte, por exemplo, foram levados às casas dos profissionais.
No jornal O Globo e por toda a editora do grupo, além da restrição de viagens às que são consideradas essenciais, os gestores estão sendo incentivados a avaliar os casos de profissionais que possam executar suas atividades em casa, para eventual liberação.
O jornalismo da Globo e da GloboNews informa que, desde o início da crise, limita as viagens àquelas imprescindíveis e evita aglomerações ou a entrevista presencial com afetados, além de redobrar a atenção para seguir as recomendações, por exemplo, de evitar o contato em cumprimentos. “Outras medidas poderão ser adotadas a depender do desenrolar dos fatos”, afirmou a Comunicação da emissora.
No exterior, o New York Times solicitou que os profissionais passassem a trabalhar de casa também a partir de sexta, com exceções, adaptando necessidades individuais de equipamento e familiares. Vale para as redações de Nova York, Londres e Hong Kong e para as “grandes sucursais” de Washington, Pequim e Califórnia, segundo comunicado.
Adiantou por outro lado que, como veículo de alcance global, as exigências de cobertura incluirão o envio de repórteres a áreas afetadas pelo vírus. E que escrever de casa não deve impedir os jornalistas de sair e acompanhar os acontecimentos em suas cidades e áreas de especialização.
Também o Washington Post e o londrino Financial Times, além de sites de cobertura internacional como BuzzFeed e Politico, vêm estimulando que seus profissionais passem a trabalhar de casa. Já Wall Street Journal e outros do grupo News, como o Times de Londres, se limitam por enquanto a conter viagens ao essencial.
Levantamento da Inma (Associação Internacional da Mídia Jornalística), com 56 veículos ao redor do mundo, mostrou que metade deles admitem que não estavam preparados a situação de emergência apresentada pelo coronavírus e estão correndo atrás. A segunda conclusão tirada da pesquisa é que “a configuração de ambientes de trabalho em casa é fundamental”.
Sobre viagens, 40% dos veículos que responderam disseram ter suspendido todas, enquanto 45% o fizeram apenas para viagens internacionais.

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