Açúcar bruto para maio bate mínima de 6 meses na ICE; café também recua
NOVA YORK/LONDRES (Reuters) – Os contratos futuros do açúcar bruto negociados na ICE atingiram novas mínimas de seis meses nesta terça-feira, pressionados pela dificuldade de estabilização dos mercados de ações e petróleo em meio à pandemia de coronavírus.
AÇÚCAR
* O vencimento maio do açúcar bruto fechou em queda de 0,20 centavo de dólar, ou 1,8%, a 10,89 centavos de dólar por libra-peso, depois de atingir uma mínima de contrato (10,85 centavos) durante a sessão.
* O petróleo devolveu ganhos do início da sessão, com temores de demanda por conta da crise do coronavírus voltando a pressionar o mercado.
* Preços mais baixos do petróleo geram expectativas de que as usinas brasileiras passem a usar mais cana para a fabricação de açúcar, em detrimento do etanol.
* “O mercado está bastante sobrevendido, mas é muito improvável que os compradores retornem no curto prazo”, disse um operador.
* O grupo francês Cristal Union deixará de produzir etanol em uma de suas plantas, voltando o foco para o álcool, uma vez que a demanda por desinfetantes aumenta em todo o mundo, na tentativa de contenção do coronavírus.
* O açúcar branco para maio recuou 4 dólares, ou 1,2%, para 338,50 dólares por tonelada, menor nível desde o final de novembro.
CAFÉ
* O contrato maio do café arábica fechou em queda de 1,3 centavo de dólar, ou 1,3%, a 1,0260 dólar por libra-peso, após tocar seu menor valor desde meados de fevereiro (1,0140 dólar).
* O café está sendo puxado para baixo pelo enfraquecimento generalizado dos mercados de commodities, embora as perdas sejam limitadas devido ao aperto nas ofertas.
* O Goldman Sachs estima que a demanda por café recuará cerca de 10% devido à pandemia de coronavírus, afirmando que o aumento do consumo doméstico não deve compensar as vendas perdidas em restaurantes.
* O café robusta para maio recuou 9 dólares, para 1.212 dólares por tonelada.
(Reportagem de Marcelo Teixeira e Maytaal Angel)