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Aumento de casos de coronavírus deixa hospitais de Paris à beira do colapso

Por John Irish e Johanna Decorse

PARIS/TOULOSE (Reuters) – Um aumento de casos de coronavírus submeterá a França a uma pressão enorme nos próximos dias, disse seu primeiro-ministro nesta sexta-feira, depois que o país relatou seu maior número diário de mortes e autoridades expressaram o temor de que os hospitais dentro e ao redor de Paris possam ficar saturados em 48 horas.

No momento, Paris e seus subúrbios respondem por mais de um quarto das 29 mil infecções confirmadas de coronavírus nos hospitais franceses, quase 1.300 delas em unidades de tratamento intensivo. Ressaltando a brutalidade da doença, uma menina de 16 anos sem problemas de saúde preexistentes morreu do vírus na quinta-feira.

O número de mortes chegou a 1.696 em todo o país, e há sinais de que o vírus também está se tornando endêmico no sudoeste.

“A onda epidêmica que está varrendo a França é uma onda que é extremamente alta e que está submetendo todo o sistema de cuidados e saúde a uma tensão tremenda”, disse o premiê Édouard Philippe aos repórteres após uma videoconferência entre ministros. “A situação será muito difícil nos próximos dias.”

No dia 17 de março, o presidente Emmanuel Macron adotou medidas para restringir a circulação de pessoas a fim de frear a disseminação do vírus, mas médicos disseram que esperam uma onda de casos na semana que vem porque o governo insistiu em realizar eleições locais e milhares de pessoas interagiram em parques e ruas antes de serem confinadas às suas casas.

Autoridades da área de Paris estão correndo para encontrar mais leitos em UTIs, ventiladores e pessoal médico e distribuir a carga de pacientes pela capital e seus subúrbios mais amplos.

A França já aumentou o número de UTIs de 5 mil para cerca de 8 mil, mas médicos dizem que Paris já está no limite depois de quase dobrar sua capacidade para cerca de 1.200.

“Está claro que precisaremos de ajuda na Île-de-France (região da grande Paris) porque o que aconteceu no leste está vindo para cá”, disse Frédéric Valletoux, presidente da Federação de Hospitais Franceses, à BFM TV nesta sexta-feira.

Ele se referia à região do Grande Leste, onde o primeiro grande grupo de doentes surgiu e os hospitais já estão sobrecarregados.

“Estaremos no limite de nossas capacidades em 24 ou 48 horas. Precisaremos mostrar verdadeira solidariedade entre regiões, hospitais e aumentar os números de transferências de pacientes”.

O Exército foi acionado para transferir alguns pacientes criticamente doentes para outras cidades do leste, e na quinta-feira os primeiros pacientes foram levados do leste para o oeste nos trens de alta velocidade TGV.

((Tradução Redação São Paulo; +55 11 56447764))

REUTERS PAL

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