Agro

Paraná vê aumento de 5% no plantio de trigo em 2020 e potencial salto na safra

SÃO PAULO (Reuters) – O plantio de trigo no Paraná, maior produtor brasileiro do cereal, deve crescer 5% ante 2019, para 1,08 milhão de hectares, estimou nesta sexta-feira o Departamento de Economia Rural (Deral), do governo do Estado, em sua primeira previsão para a safra de inverno.

Com isso, a produção de trigo do Paraná tem potencial para avançar 63% em 2020, para cerca de 3,5 milhões de toneladas, se o tempo colaborar com a recuperação de produtividades, após problemas climáticos em 2019, segundo avaliação do Deral.

O principal motivo que deverá levar produtores a ampliarem a área este ano é o preço, que atingiu o maior valor nominal da história no Estado na média de março, a 54 reais por saca, muito em função da valorização do dólar, disse o coordenador de Estatística do Deral, Carlos Hugo Godinho, à Reuters.

Ele disse ainda que “trigo local já está ficando escasso”, e apesar do bom preço ainda tem um desconto ante o cereal importado pelo Brasil, um dos maiores importadores globais do cereal.

Godinho ponderou, contudo, que o aumento de área também tem limites, uma vez que o milho segunda safra atraiu produtores, diante de bons preços.

“Estamos vendo o milho com um preço excelente também, o que dificulta uma expansão mais significativa do trigo”, afirmou.

Se a expectativa de produção se confirmar, o Paraná poderia ter uma safra próxima de recorde, mas o especialista do Deral avalia a previsão com cautela, uma vez que a produção dependerá das condições climáticas, e a safra do Estado tem sido atingida por problemas climáticos nos últimos anos.

Já a safra de soja do Paraná 2019/20 foi estimada pelo Deral em recorde de 20,7 milhões de toneladas, ante 20,36 milhões de toneladas na previsão de fevereiro.

A segunda safra de milho, por sua vez, foi prevista em 12 milhões de toneladas, 400 mil a menos que o previsto em fevereiro, com ajustes em meio ao tempo mais seco.

“Choveu recentemente e aliviou um pouco a situação… mas com certeza precisaremos de mais chuvas em breve”, disse.

(Por Roberto Samora)

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