Economia

Gerdau reduz produção nas Américas para enfrentar queda de demanda por aço

SÃO PAULO (Reuters) – A Gerdau anunciou nesta sexta-feira cortes de produção em suas operações nas Américas, que incluem desligamento de alto-forno na usina de Ouro Branco (MG), diante de um quadro de forte queda de demanda por aço pintado pela epidemia de Covid-19.

A empresa afirmou que vai desligar neste mês alto-forno 2 de Ouro Branco, de 1,5 milhão de toneladas de capacidade anual, mantendo em operação o equipamento 1, de 3 milhões de toneladas.

“Essas iniciativas se devem à redução da demanda principalmente nos setores da indústria e da construção civil”, disse a Gerdau em fato relevante ao mercado.

A companhia também afirmou, sem dar detalhes, que “ocorrerão paralisações em suas diferentes aciarias elétricas e laminações de aços longos, durante o mês de abril” no Brasil. As paradas envolvem também operações de aços especiais no país e nos Estados Unidos, uma vez que o setor automotivo suspendeu atividades em ambos os países até pelo menos o final deste mês.

A Gerdau também vai “ajustar produção” nas operações da América do Norte, “conforme ocorrer redução de demanda nos setores de construção civil e indústria”.

Enquanto isso, a companhia vai manter paradas fábricas no Peru e na Argentina, após decretos de emergência nacional.

A Gerdau não informou o percentual de sua produção afetada pelas decisões, tampouco projeção de custos com as paralisações.

“Em todas as nossas unidades, quando necessário, estamos optando por férias coletivas aos nossos colaboradores e mantendo o abastecimento de produtos para nossos clientes conforme necessidades específicas, dentro das condições de segurança recomendadas pelas autoridades sanitárias”, afirmou a Gerdau.

As decisões da empresa são semelhantes às adotadas pelas rivais Usiminas e ArcelorMittal Brasil, que estão desligando alto-fornos e paralisando outras instalações produtivas por causa da queda na demanda.

Na semana passada, o Instituto Aço Brasil (IABr), que representa as produtoras de aço do país, afirmou que o consumo brasileiro de aço pode cair 40% no segundo trimestre, recuando 20% ao longo de todo 2020.

(Por Alberto Alerigi Jr.)

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