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Isolados por coronavírus, cristãos criam novas maneiras de celebrar a Páscoa

Por Philip Pullella

CIDADE DO VATICANO (Reuters) – Um padre católico na Irlanda rural distribuiu bênçãos respeitando um distanciamento social através de um “papamóvel” em movimento.

Outro na Alemanha colocou fotos de seus paroquianos em bancos vazios e gravou sua missa.

Com muitas igrejas fechadas ou afetadas pelas restrições de isolamento devido ao coronavírus nesta Páscoa, cristãos de várias denominações ao redor do mundo criaram novas maneiras de manter a fé.

O papa Francisco, líder de 1,3 bilhão de católicos romanos do mundo, foi, como ele disse, “enjaulado” no Vaticano. Ele tem incentivado sua congregação por meio de celebrações reduzidas da Semana Santa transmitidas ao vivo pela televisão e pela internet.

A maioria delas foi realizada em uma vazia Basílica de São Pedro, que pode acomodar até 10.000 pessoas, e na também vazia Praça de São Pedro, que atraiu mais de 100.000 nos últimos anos.

A Semana Santa – que inclui Domingo de Ramos, Quinta-feira Santa, Sexta-feira da Paixão, Sábado Santo e Domingo de Páscoa – é o período mais solene do calendário litúrgico cristão.

“Estamos comemorando a Sexta-feira Santa, a celebração da morte de Jesus, em circunstâncias muito difíceis”, disse o arcebispo Pierbattista Pizzaballa, administrador apostólico do Vaticano na Terra Santa, em frente à Igreja do Santo Sepulcro de Jerusalém, reverenciado como o local da crucificação, enterro e ressurreição de Jesus.

Apenas alguns clérigos foram autorizados a entrar na igreja, em contraste com uma missa lotada vista normalmente.

Apesar da realidade sombria da crise do coronavírus, muitos padres não permitiram que isso abafasse a esperança inerente à mensagem de Páscoa da vida triunfando sobre a morte.

Como os paroquianos não podiam ir até ele, o padre irlandês Malachy Conlon se dirigiu – literalmente – até os cristãos na Quinta-feira Santa.

Ele conduziu um “papamóvel” aberto, uma vez usado pelo papa João Paulo nas aldeias costeiras do nordeste, abençoando a uma distância segura das pessoas que se reuniam na beira das vias quando ele passava.

“Havia uma multidão enorme, foi uma participação emocionante”, disse ele após seis horas de carro. “Nunca recebi uma torrente de mensagens como esta noite, pessoas profundamente agradecidas e se sentindo conectadas umas às outras, apesar de todo distanciamento.”

(Reportagem de Rich McKay em Atlanta, Stephen Farrell em Jerusalém, Padraic Halpin em Dublin e Ayhan Uyanik e Claire Watson na Alemanha)

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