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Taxa de ocupação de leitos de UTI faz SP buscar vagas para pacientes no interior de SP

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O número de mortes por Covid-19 confirmadas no estado de São Paulo chegou a 2.375, 6% maior que o registrado na quarta-feira, 2.247
Em relação aos casos, o aumento foi de 10% no período. Até esta quinta-feira, São Paulo confirmou 28.698 casos (26.158 até o dia anterior).
A taxa de ocupação de leitos de UTI no estado está em 69,3%, com 1.744 internados. Outros 2.138 permanecem em enfermarias. Na capital paulista, os hospitais se aproximam da capacidade total, com 89% dos leitos de UTI ocupados.
Com a situação perto do colapso, a partir deste final de semana a Secretaria de Estado da Saúde começará utilizar leitos do interior para internar pacientes da Grande São Paulo. A medida valerá por alguns dias, segundo o secretário estadual da Saúde, José Henrique Germann.
A distribuição dos leitos disponíveis será feita através do sistema Cross (Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde), com base na disponibilidade de vagas e no quadro clínico do paciente.
Apesar de ver um achatamento da curva, o estado está no início da fase de ascensão da pandemia, segundo Dimas Tadeu Covas, diretor do Instituto Butantan.
A taxa de isolamento social desta quinta-feira foi de 47% no estado e 48% na capital paulista.
O governador de SP, João Doria, o vice-governador, Rodrigo Garcia, e os membros do Centro de Contingência de Coronavírus se reuniram nesta quinta-feira com o ministro da Saúde, Nelson Teich.
De acordo com o infectologista David Uip, que coordena o centro, o ministro apontou suas linhas de atuação, como a manutenção do programa de isolamento social. A pasta demonstrou preocupação com a dificuldade de comprar insumos, o programa de testes e o surgimento de novas ondas de infectados no país.
Teich também se mostrou preocupação com a agilidade dos procedimentos, porque São Paulo está numa curva ascendente com novos pacientes e óbitos e necessita de aparelhos e insumos.
A Secretaria de Estado da Saúde solicitou a Teich 1.600 kits de carro-monitor, 20 milhões em insumos de coleta do PCR (como tubos de ensaio), EPIs para os leitos de UTI (4,2 milhões entre aventais e máscaras cirúrgicas N95), 2,6 milhões de medicamentos emergenciais como oseltamivir e cloroquina para os protocolos do próprio ministério e 4 milhões de testes rápidos para a população.
O Ministério da Saúde já tinha enviado 400 mil testes, que foram destinados aos profissionais de saúde.
A pasta também pediu ao ministro cem respiradores, que serão destinados ao Hospital das Clínicas da USP nos próximos 15 dias. O HC destinou o Instituto Central para atendimento de casos de Covid-19. Além dos 200 leitos de UTI, estão sendo abertos mais cem e outros cem devem ser abertos, totalizando 400.
Outro pedido foi o credenciamento de 2.783 letos de UTI específicos para Covid-19. Até o momento, 734 foram habilitados.
Nesta quinta-feira, o presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar os governadores que determinaram isolamento social e afirmou que o estado de São Paulo infla os números de Covid-19 para uso político.
Em nota lida durante coletiva de imprensa, o secretário estadual da Saúde, José Henrique Germann, disse que a declaração do presidente foi irresponsável e que Jair Bolsonaro ignora o fato de que o isolamento social em São Paulo é fator determinante para o achatamento da curva e, consequentemente, diminuição do número de pacientes infectados e de doentes que precisam de UTI, evitando um colapso no sistema público de saúde.

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