Após “crash” do petróleo, Indonésia deve adiar biodiesel B40 e permanecer com B30
Por Bernadette Christina
JACARTA (Reuters) – A Indonésia deve adiar os planos que visavam elevar a mistura de biodiesel à base de óleo de palma para 40% e continuar com uma já ambiciosa mistura de 30%, disse uma autoridade sênior do país, em meio a especulações de que os preços baixos do petróleo levariam o governo a reconsiderar a proposta.
O programa de biodiesel é uma parte-chave da estratégia do governo indonésio para absorver o excesso de oferta de óleo de palma e reduzir as caras importações de combustível, um dos principais fatores contribuintes para o problema de déficit das contas públicas locais.
Alguns operadores questionaram se ainda era viável para o governo continuar com o programa após a queda histórica nos preços do petróleo no início deste ano.
Mas Musdhalifah Machmud, vice-ministra do Ministério Coordenado de Assuntos Econômicos, disse nesta sexta-feira que as políticas estão sendo discutidas e serão divulgadas em breve pelo presidente Joko Widodo.
“Não será uma única política, mas haverá diversas políticas que estão inter-relacionadas umas com as outras”, afirmou Machmud.
No ano passado, a Indonésia elevou a mistura obrigatória de biocombustível em seu biodiesel para 30% (B30), o maior conteúdo de biodiesel à base de palma já utilizado.
Machmud disse que as políticas visam manter o B30 em vigor até 2021, enquanto o plano para elevação do conteúdo para 40% (B40) provavelmente será adiado para 2022, devido aos impactos da pandemia de coronavírus à demanda por combustíveis.
“Estávamos nos preparando para o B40, mas a situação atual não é propícia ao investimento no B40”, disse ela. “O B40 será adiado para 2022.”
(Reportagem adicional de Wilda Asmarini)