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De olho em reeleição, Trump acusa democratas de lentidão para sair do isolamento do coronavírus

Por Doina Chiacu

WASHINGTON (Reuters) – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou os democratas, nesta segunda-feira, de agirem muito lentamente para tirar os Estados do país do isolamento do coronavírus por cálculo político, sem fornecer qualquer prova que sustente a afirmação.

O presidente, um republicano que concorre à reeleição em novembro, está trabalhando para reativar rapidamente a economia combalida dos EUA, o que contraria as recomendações de especialistas de saúde para se prosseguir mais cautelosamente para evitar o ressurgimento de um vírus que já matou mais de 80 mil pessoas no país.

Trump tem incentivado os Estados a suavizarem as restrições adotadas para mitigar a disseminação do coronavírus. Nesta segunda-feira, ele visou a Pensilvânia, um Estado politicamente indefinido, mas governado pelo democrata Tom Wolf.

“O grande povo da Pensilvânia quer sua liberdade agora, e está totalmente consciente do que isso implica. Os democratas estão agindo lentamente, em todos os EUA, por objetivos políticos. Eles esperariam até 3 de novembro se dependesse deles. Não façam política. Fiquem seguros, ajam rápido!”, disse Trump em um tuíte.

Alguns dos Estados mais duramente atingidos pelo novo coronavírus, que infectou mais de 1,3 milhão de pessoas em todo o país, são comandados por governadores democratas, incluindo Nova York e Michigan — ambos prêmios importantes na disputa de 3 de novembro entre Trump e o provável indicado presidencial democrata, Joe Biden.

Trump pede reaberturas com tuítes em que conclama as pessoas a “libertarem” seus Estados, dando combustível a protestos em todo o país, inclusive grandes aglomerações em Lansing, capital do Michigan.

A politização da crise de saúde também transcorre em nível local agora que democratas e republicanos estão se chocando quanto aos planos de reabertura.

Na Pensilvânia, alguns condados pediram a Wolf no final de semana para incluir suas regiões no grupo que este visou para reaberturas precoces, de acordo com reportagens.

De forma geral, a popularidade de Trump não tem variado durante a pandemia — o número de adultos que o aprovam oscilou entre 40% e 45% entre março e maio, de acordo com pesquisa nacional Reuters/Ipsos.

Apesar do dano econômico crescente, que custou os empregos de 20,5 milhões de norte-americanos em abril, a maioria dos cidadãos vêm dizendo de forma contínua nas pesquisas que quer manter o distanciamento social para se proteger do vírus.

(Por Doina Chiacu)

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