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Espanha lamenta mortos do coronavírus com máscaras pretas e silêncio

Por Nathan Allen e Guillermo Martinez

MADRI (Reuters) – Espanhóis de luto vestiram preto e fizeram silêncio em toda a nação ao meio-dia desta quarta-feira, no início de 10 dias de luto pelos mais de 27 mil mortos pela crise do coronavírus no país.

Algumas pessoas usavam máscaras pretas, o Parlamento parou durante um minuto, a família real se postou diante do Palácio da Zarzuela e bandeiras foram hasteadas a meio mastro para homenagear as vidas perdidas durante um dos episódios mais dramáticos da história moderna da Espanha.

“Todos nos sentimos órfãos de muitos dos nossos idosos hoje, desejando poder ter lhes agradecido por tudo que fizeram por nós”, disse a presidente do Parlamento, Meritxell Batet.

O luto oficial até 5 de junho é o mais longo da história democrática espanhola desde a ditadura do general Francisco Franco, que se seguiu à guerra civil de 1936-1939.

Uma das nações mais afetadas pela pandemia de Covid-19, a Espanha já registrou 27.117 mortes e 236.259 casos e suportou um isolamento rígido, durante o qual até as crianças foram impedidas de sair ao ar livre durante semanas. O sistema de saúde está fragilizado e a economia ruma para a recessão.

No pico ocorrido no início de abril, o vírus cobrou 950 vidas por dia. Agora, com 35 mortes relatadas nos últimos sete dias, a nação está voltando lentamente a uma nova normalidade –o comércio está reabrindo, mas o distanciamento social permanece.

“Força e ternura a todos os entes queridos que nos deixaram”, disse o líder catalão, Ferran Adrià, durante uma mesa redonda virtual com o setor de hospedagem.

A revolta com a maneira como o governo lidou com a crise se intensificou nas últimas semanas, e protestos de rua irromperam em alguns locais.

Embora tenha dito que ninguém ficará para trás e contingenciado bilhões de euros de ajuda, a coalizão de esquerda do primeiro-ministro, Pedro Sánches, foi criticada por causa das mensagens confusas e do apoio inadequado a alguns setores.

“Uma homenagem aos mortos é necessária, não somente por eles, mas para que a sociedade assimile tudo o que aconteceu e não repitamos os mesmos erros”, disse Ramón, um aposentado de Madrid, usando uma máscara negra para a ocasião.

(Por Nathan Allen, Belén Carreño, Clara-Leila Laudette e Joan Faus)

((Tradução Redação Rio de Janeiro; 55 21 2223-7128))

REUTERS PF

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