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Dólar recua ante real acompanhando exterior, mas ainda caminha para ganho semanal

Por Luana Maria Benedito

SÃO PAULO (Reuters) – O dólar recuava contra o real na manhã desta sexta-feira, acompanhando o movimento de recuperação dos ativos de risco no exterior em meio a esperanças de uma retomada econômica global, mas ainda caminhava para registrar ganhos semanais.

Às 10:21, o dólar recuava 0,20%, a 5,3605 reais na venda. Na mínima do dia, a divisa foi a 5,3240 reais.

O dólar futuro de maior liquidez tinha queda de 0,57%, a 5,3535 reais.

O dia era de força na maioria dos ativos arriscados, com os futuros de Wall Street, as bolsas de valores europeias e os principais pares do real registrando ganhos.

“Hoje é um dia muito positivo para os ativos de risco”, disse Filipe Villegas, estrategista da Genial investimentos, em live nesta sexta-feira, citando expectativa em relação às negociações sobre a aprovação de um fundo de recuperação na União Europeia e otimismo sobre o acordo comercial entre Estados Unidos e China.

Os líderes da União Europeia iniciaram o processo de aprovação de um pacote de estímulo sem precedentes para suas economias devastadas pelo coronavírus, considerando uma proposta da Comissão da UE no valor de 750 bilhões de euros.

Na frente comercial, o diplomata sênior dos Estados Unidos para a Ásia Oriental disse na quinta-feira que a China se comprometeu a seguir com a Fase 1 do acordo com a maior economia do mundo.

Ainda assim, analistas apontavam riscos para esta sessão, a primeira de queda do dólar contra o real em 8 pregões. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, renovou na quinta-feira sua ameaça de cortar laços com a China, enquanto, no Brasil, incertezas políticas seguem no radar.

Depois de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), ter sido preso na véspera, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que ele não estava foragido e foi alvo de uma prisão “espetaculosa” como se fosse “o maior bandido da face terra”. A prisão de Queiroz foi apontada por analistas como fator de impulso para a aversão a risco, e, consequentemente, para o dólar.

Depois de ter chegado a ficar abaixo dos 5 reais no início do mês, o dólar já recuperou terreno, operando perto da marca de 5,30. Há pouco mais de um mês, a divisa norte-americana havia saltado a máximas recordes próximas dos 6 reais.

“Em meio ao cenário de instabilidade promovido pela pandemia, a instabilidade cambial é um fator adicional de dificuldade para a retomada da atividade econômica”, disseram em nota analistas da Infinity Asset.

“Ainda assim, o papel do Banco Central deve se limitar a corrigir distorções, algo do qual ele se ausentou até praticamente o real se desvalorizar a quase 6 reais por dólar.”

O dólar negociado no mercado interbancário fechou a última sessão em alta de 2,10%, a 5,3715 reais na venda. Na semana, o dólar acumula ganho de cerca de 5,5% contra o real.

(Edição de Camila Moreira)

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