Africa

Mulheres podem não ter acesso a exames da Covid-19 em países em conflito, alerta entidade

Por Nellie Peyton

WASHINGTON (Thomson Reuters Foundation) – Grandes diferenças entre os números de casos de coronavírus entre mulheres e homens em partes da África e do Oriente Médio levam a crer que as mulheres podem estar com dificuldade para ter acesso a exames ou cuidados médicos, alertou uma agência humanitária nesta quarta-feira.

No Paquistão, Afeganistão e Iêmen, mais de 70% dos casos relatados são de homens, sendo que a média global é de 51%, e o mesmo ocorre na República Central Africana, Chade e Somália, disse o Comitê Internacional de Resgate (IRC).

“O que estamos vendo é uma situação na qual as mulheres podem estar sendo deixadas sem exames e sua saúde não estar sendo priorizada”, disse Stacey Mearns, conselheira técnica sênior de saúde emergencial do IRC.

“Isto poderia ter ramificações graves em seu bem-estar físico”.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) exorta os países a especificarem gênero e idade dos casos confirmados de Covid-19 para poder analisar quem é mais afetado.

Menos da metade dos casos globais confirmados foi relatada com dados sobre gênero e idade, por isso qualquer interpretação sobre diferenças por gênero deveria ser feita com cautela, disse a OMS em maio.

Até esta semana, a doença já infectou cerca de 9 milhões de pessoas e matou quase meio milhão em todo o mundo, de acordo com uma contagem da Reuters.

Estudos na China, Europa e Estados Unidos mostraram que os homens têm mais probabilidade de serem hospitalizados e morrer de coronavírus do que as mulheres — mas não apontaram a disparidade de gênero em casos confirmados que provocou alerta no IRC.

Na maior parte da Europa, o número de casos é aproximadamente igual entre homens e mulheres.

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