Economia

ONS prevê queda de apenas 0,4% na carga de energia no Brasil em julho

Por Roberto Samora

SÃO PAULO (Reuters) – A carga de energia no Brasil em julho deverá cair 0,4% ante o mesmo período do ano passado, para 62,8 GW médios, previu nesta sexta-feira o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), indicando um recuo menor no consumo de eletricidade na comparação com meses anteriores, nos quais a queda foi mais acentuada por efeitos da pandemia.

Em abril, primeiro mês completo em que o impacto das medidas de isolamento pôde ser medido, a carga de energia (soma do consumo com as perdas na rede) registrou queda de 11,6% na comparação anual, para 60,7 GW médios.

Nesta sexta-feira pela manhã, a medição apontava carga de cerca de 62 GW médios, segundo o ONS.

O ONS ainda projetou aumento na carga em julho para o Norte (+1,4%) e o Nordeste (+1,9%), enquanto outras áreas do país teriam redução menor que em meses anteriores, em sinal de uma recuperação das atividades com o relaxamento de algumas medidas de controle da Covid-19, ainda que o país esteja registrando cerca de 40 mil casos por dia.

O operador ainda prevê queda de 0,6% no Sudeste, principal consumidor de eletricidade do país, enquanto aponta redução de 2,8% no Sul.

Em abril, o Sudeste chegou a ver queda de 12,5% na carga –a região representa cerca de 60% da demanda industrial do país–, liderando as baixas, que também superaram 10% nas demais regiões, com exceção do Norte (-7,3%) naquele mês.

CHUVAS

O ONS também divulgou projeções para as chuvas nos reservatórios das hidrelétricas, principal fonte de geração no Brasil, com as expectativas mais volumosas para a região Norte (104% da média história para julho).

A área das hidrelétricas do Sul deve receber precipitações mais baixas, com 64% da média histórica de julho, disse o ONS, embora ainda em situação melhor que em semanas recentes, dado que a região enfrenta uma seca desde meados do ano passado.

No Sudeste, que concentra os maiores reservatórios, as chuvas estão estimadas em 78% da média.

Para o Nordeste, outra região com importantes reservatórios, as chuvas foram vistas em 66% da média histórica.

As chuvas e a carga de energia projetadas costumam influenciar o Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), utilizado no mercado de curto prazo de eletricidade, além das bandeiras tarifárias.

Contudo, devido à pandemia, as contas de luz dos brasileiros ficarão até o final de dezembro com a chamada bandeira tarifária verde, que não gera custos adicionais para os consumidores, segundo decisão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

(Por Roberto Samora)

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