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Secretários de Saúde de RS e SC alertam sobre falta de remédios contra a Covid-19 em UTIs

Secretários de Saúde de RS e SC alertam sobre falta de remédios contra a Covid-19 em UTIs
Gustavo Sales/Câmara dos Deputados
57ª Reunião Técnica por Videoconferência - A Situação no Estado do Rio Grande do Sul. Secretária Estadual de Saúde - RS, Arita Bergmann
Arita Bergmann: a expansão de leitos está sendo prejudicada pela falta de medicamentos

Os secretários estaduais de Saúde de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul alertaram nesta segunda-feira (13) sobre a falta de medicamentos para pacientes com Covid-19 nas unidades de terapia intensiva (UTIs). O assunto foi debatido em reunião virtual da comissão externa da Câmara dos Deputados que acompanha a pandemia.

No último mês, os casos de Covid-19 aumentaram muito no Sul do País e, por isso, a comissão se reuniu com os secretários de Saúde e com técnicos do Ministério da Saúde para discutir estratégias de enfrentamento ao coronavírus na região.

A secretária estadual de Saúde do Rio Grande do Sul, Arita Bergmann, explicou que existe um protocolo de expansão de leitos, mas a falta de medicamentos está afetando esse processo.

“Um ponto sensível hoje são os medicamentos, que alguns chamam de kit intubação. Nós já esgotamos as alternativas de remanejo entre a rede hospitalar. O estado do RS não tem na sua lista a compra desses insumos, uma vez que os hospitais nos estados são privados, filantrópicos, santas casas e hospitais contratados pelas gestões municipais e estadual. Ou seja, não consta do nosso rol esses medicamentos que são de uso em pacientes graves em terapia intensiva”, afirmou.

No Rio Grande do Sul, apenas no último mês, o número de pacientes internados em UTIs com Covid-19 aumentou de 239 para 538.

O secretário de Saúde de Santa Catarina, André Motta, também alertou para a falta dos medicamentos necessários para intubação de pacientes nas UTIs. “Nos hospitais que nós temos, alguns são geridos por OS [organizações sociais], outros são filantrópicos e, desses, apenas 13 são hospitais próprios. Então, quando a gente fala que a secretaria do estado não tem estoque zerado, é porque nós estamos com estoque mínimo para os próprios.”

Compra de medicamentos
O secretário de Atenção Especializada em Saúde do governo federal, Luiz Otávio Franco Duarte, afirmou que o Ministério da Saúde deve finalizar até a próxima terça-feira (21) a licitação para a compra desses medicamentos na indústria farmacêutica, garantindo assim que os estados tenham estoques para regularem a situação nos hospitais.

“Segunda-feira deve ser a data do pregão, que deve terminar no mesmo dia”, afirmou. “E na próxima terça-feira, em nível nacional, todos poderão comprar da indústria nacional, que vai participar do pregão, além das importadoras que poderão participar do pregão normalmente”, explicou.

Exames
O presidente da comissão externa da Câmara, deputado Luiz Antonio Teixeira Jr. (PP-RJ), lembrou que o melhor investimento em relação à Covid 19 é justamente garantir um diagnóstico precoce para que os pacientes não precisem chegar à UTI.

“E aí eu chamo a atenção para a utilização do exame de tomografia computadorizada e da saturação sanguínea. Precisa ser montado em caráter de urgência um controle de saturação sanguínea e solicitar oximetria de dedo, que a gente chama de oximetria de pulso, para fazer controle de saturação precoce para a internação precoce em enfermarias, com oxigenoterapia, para evitar a intubação em leito de CTI”, disse o deputado.

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