Economy

Manifestantes chilenos fazem atos em apoio a projeto para saque da aposentadoria na pandemia

Por Fabian Cambero

SANTIAGO (Reuters) – Manifestantes chilenos desafiaram nesta quarta-feira uma quarentena adotada em Santiago para conter a disseminação do coronavírus, montando barricadas em ruas, em apoio a uma proposta para permitir que a população saque parte da aposentadoria durante a crise provocada pela pandemia.

Os tumultos ocorreram poucas horas antes da retomada do debate no Congresso sobre o projeto de lei, que garantiria aos cidadãos acesso a 10% de suas aposentadorias no sistema Administradores de Fundos de Pensão. Um plano semelhante para uma retirada de 25% foi aprovado no Peru em abril.

Mensagens publicadas nas redes sociais para divulgar os protestos usavam o slogan “Quero meus 10%!”, e pessoas bateram panelas em janelas e varandas de toda a cidade e do país para mostrar seu apoio à proposta.

O plano, que uma pesquisa de julho do instituto Cadem mostrou contar com a aprovação de 83% dos chilenos, passou por uma votação inicial na câmara baixa do Parlamento na semana passada graças ao apoio de 13 parlamentares da coalizão governista, que votaram contra a orientação do governo.

O sistema previdenciário do país, que é criticado pelos pagamentos baixos, esteve no centro dos protestos de massa ocorridos no ano passado. Os tumultos, os mais violentos desde o retorno do Chile à democracia em 1990, mergulharam Santiago e grande parte do país no caos e causaram bilhões em danos e perdas.

Na terça-feira, o presidente Sebastián Piñera ampliou o socorro emergencial aos cidadãos de classe média abalados pela adversidade econômica provocada pela pandemia, em uma última tentativa de frear a legislação que permitiria aos chilenos sacar de seus fundos de pensão.

O governo Piñera argumenta que a proposta equivale a um “gol contra”, enfraquecendo um sistema já em dificuldades e atingindo mais duramente os pobres, que são os mais dependentes das pensões.

O Chile continua sofrendo com o surto de coronavírus. Há quase 320 mil casos confirmados e mais de 7 mil mortes, e Santiago e muitas grandes cidades do norte minerador do país sul-americano estão sujeitas a medidas de isolamento.

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