São Paulo

Programa Biota-Fapesp tem 20 anos de contribuições à formulação de políticas públicas

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O maior conhecimento da biodiversidade e, sobretudo, dos benefícios obtidos por meio de processos naturais – como polinização e recursos hídricos – é essencial para embasar políticas públicas nas mais diversas áreas. Com esse propósito foi lançado, em março de 1999, o Programa Biota-Fapesp, um dos mais ambiciosos projetos de pesquisa na área de biodiversidade do Brasil.

Durante esse período, a iniciativa ligada à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) não só ampliou a compreensão sobre o tema, como ainda proporcionou embasamento científico para a criação de diretrizes de conservação, restauração da biodiversidade e, em especial, para a fundamentação de políticas públicas.

“Estudo e preservação da biodiversidade dizem respeito à sobrevivência na Terra. Mas essas temáticas não se encerram nelas mesmas. Existem fortes vínculos com preservação da floresta, da água e com as mudanças climáticas, só para ficar em três exemplos. O programa foi responsável também pela formação de um amplo banco de dados, gerou conhecimento e também resultou em mais de uma centena de reportagens na Agência Fapesp e na revista Pesquisa Fapesp, que repercutem muito na imprensa”, disse Marco Antonio Zago, presidente da Fapesp, em seminário online que apresentou os resultados obtidos por projetos desenvolvidos recentemente no programa.

Celebração

O evento marcou também o início das comemorações dos 20 anos do Programa Fapesp de Pesquisas em Caracterização, Conservação, Restauração e Uso Sustentável da Biodiversidade (Biota-Fapesp). A íntegra do webinar pode ser conferida pela internet.

“Quando a sociedade olha para a biodiversidade pensa, de modo geral, que dali possa sair um princípio ativo para a cura do câncer ou uma infinidade de outras soluções. Porém, é preciso saber que nada disso será possível se não estudarmos e entendermos a natureza”, afirmou Luiz Eugênio Mello, diretor-científico da Fundação, à Agência Fapesp.

De acordo com Carlos Joly, coordenador do Programa Biota-Fapesp, a expectativa é de que o projeto, a despeito de continuar com as mesmas linhas de pesquisa, ganhe novas formas. “O Programa Biota nasceu alinhado a iniciativas internacionais desde a criação. Nós assumimos como definição da biodiversidade aquela que é utilizada pela Convenção sobre Diversidade Biológica. Acho que isso foi uma decisão acertada”, destacou o coordenador.

Uma das novidades é a criação dos centros de síntese, que têm como missão reconhecer padrões de biodiversidade que transcendam as separações entre ecossistemas e as divisões da taxonomia tradicional e identificar as forças naturais responsáveis por tais padrões. A ideia é integrar dados de pesquisa de diferentes centros, a fim de avançar o conhecimento científico e procurar resolver problemas da sociedade.

Modelagem

Também ganham foco trabalhos de modelagem capazes de estimar cenários, entre eles o impacto que determinada legislação ambiental teve no passado ou poderá ter no futuro. As duas iniciativas têm como objetivo impulsionar políticas públicas baseadas em evidências.

“A exemplo de iniciativas de centros de síntese no Canadá, Reino Unido, Estados Unidos e Alemanha, é possível gerar conhecimento novo a partir de dados que já existem, além de formar novos pesquisadores capazes de trabalhar em projetos multidisciplinares, colaborativos e com estudos de maior impacto”, comentou à Agência Fapesp Jean Paul Metzger, membro da coordenação do Programa Biota.

De acordo com Metzger, o centro de síntese tende a potencializar o trabalho realizado ao longo dos 20 anos do Programa Biota-Fapesp. “Foi a partir do centro de síntese, por exemplo, que se tentou valorar os serviços ecossistêmicos pela primeira vez, chegando à conclusão de que ele corresponde ao dobro do PIB mundial”, contou.

Participaram do evento Ricardo Ribeiro Rodrigues (Universidade de São Paulo), Cecília Amaral (Universidade Estadual de Campinas), Célio F. B. Haddad (Universidade Estadual Paulista), Norberto Peporine Lopes (USP), Eliana Rodrigues (Universidade Federal de São Paulo) e Isabel Rosa (Bangor University, do Reino Unido).

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