Asia

Preocupações com proibição do WeChat devem ofuscar resultado da Tencent

Por Pei Li

HONG KONG (Reuters) – A Tencent estará sob pressão para abordar as preocupações relacionadas ao impacto da proibição norte-americana de transações relacionadas ao WeChat e deve delinear seus planos para mitigar possíveis consequências, uma vez que divulga seus resultados do segundo trimestre na quarta-feira.

A proibição, que entrará em vigor em setembro e é o último episódio do cada vez pior conflito entre EUA e China, lançou uma sombra sobre a Tencent, que pretende obter eventualmente cerca de metade de sua receita de jogos do exterior, contra 23% no ano passado. Os Estados Unidos seriam essenciais para tal plano, pois são o segundo maior mercado de jogos do mundo, depois da China.

As ações da Tencent despencaram mais de 10% em poucas horas na sexta-feira após a notícia da proibição, tirando até 74 bilhões de dólares do valor de mercado da gigante da tecnologia.

“O pedido, conforme redigido, é tão amplo que pode acabar bloqueando a capacidade de qualquer pessoa ou empresa norte-americana de trabalhar com a Tencent”, disse Dan Wang, analista da Gavekal Dragonomics.

Até agora, a maior empresa de jogos e mídia social da Ásia disse que está analisando as possíveis consequências. Os mercados financeiros e milhões de consumidores buscarão mais clareza quando a Tencent divulgar seus resultados do trimestre encerrado em junho.

A Tencent deve registrar um salto de 27% na receita para 112,76 bilhões de iuanes (16,22 bilhões de dólares) e um lucro 14% maior, mostram dados da Refinitiv.

Sua subsidiária Tencent Music, listada nos EUA, reportou resultados trimestrais melhores do que o esperado.

A unidade disse que é “prematuro” especular sobre um potencial fechamento de capital, quando questionada sobre se tem um plano para reagir a uma recomendação do governo Trump sobre a auditoria de empresas chinesas listadas nos EUA.

A empresa não comentou a proibição do WeChat.

Não ficou claro se a sanção afetaria outras participações norte-americanas da Tencent, que recentemente abriu dois estúdios em Los Angeles com o objetivo de criar conteúdo com propriedade intelectual original que tenha apelo global.

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