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OMS diz que segurança de vacina é prioritária após pausa em estudo da AstraZeneca

ZURIQUE/GENEBRA (Reuters) – A segurança de uma possível vacina contra Covid-19 vem “em primeiro lugar”, disse a cientista-chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta quarta-feira depois que um teste de uma candidata promissora da AstraZeneca foi interrompido devido a preocupações com efeitos colaterais.

A distribuição de uma vacina eficiente é vista como uma etapa crucial para se ajudar economias combalidas a se recuperarem da pandemia de coronavírus.

“Só porque falamos em velocidade… não significa que começamos a fazer concessões ou aparar arestas no que seria avaliado normalmente”, disse a doutora Soumya Swaminathan em um evento de uma rede social.

“O processo ainda tem que obedecer as regras do jogo. Para remédios e vacinas que são dados às pessoas, é preciso testar sua segurança, em primeiro lugar”, disse ela.

Autoridades da OMS não responderam direta e imediatamente a perguntas da Reuters sobre a decisão da AstraZeneca de suspender testes globais, incluindo grandes testes de estágio avançado, de sua vacina contra coronavírus experimental devido a uma doença sem explicação em um participante do estudo.

A vacina, que a AstraZeneca está desenvolvendo com a Universidade de Oxford, foi descrita anteriormente pela OMS como provavelmente a candidata mais promissora do mundo e a mais avançada em termos de desenvolvimento.

No momento, a OMS está empenhada em angariar apoio a uma coalizão global, batizada de ACT Accelerator, na esperança de distribuir vacinas, tratamentos e diagnósticos do novo coronavírus de forma justa tanto para países pobres quanto ricos. Além dos 92 países de renda mais baixa que buscam ajuda, cerca de 79 países mais ricos expressaram interesse –o prazo para se comprometerem com a iniciativa é 18 de setembro.

Mas alguns países que fecharam seus próprios acordos de vacina, inclusive os Estados Unidos, não estão se unindo ao esforço da OMS.

O programa Covax, que é o pilar da ACT, almeja obter vacinas suficientes para distribuir 2 bilhões de doses até o final de 2021, mas por enquanto a arrecadação de fundos concreta carece de metas. A compra em quantidade e um possível escalonamento dos preços oferecidos por alguns fabricantes poderiam ajudar a tornar uma vacina mais acessível, explicou Swaminathan.

“É preciso se unir. Essencialmente, se cada país e cada organização tentar fazer isto por conta própria, será demorado, duro e difícil”, disse ela. “Esta é a primeira vez que o mundo precisará de bilhões de doses de vacinas”.

(Por John Miller em Zurique e Stephanie Nebehay em Genebra)

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