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Paradas há quatro anos, obras da linha-6 serão retomadas nesta terça

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Após quatro anos paralisadas, as obras da linha 6-laranja do metrô de São Paulo serão retomadas nesta terça-feira (6), conforme anunciou nesta segunda-feira (5) o governador João Doria (PSDB).

O projeto, que tinha a previsão de ser entregue neste ano, agora tem perspectiva de ser concluído somente em 2025. O primeiro trecho chegou a ser prometido para 2013.

“Retomamos a partir de amanhã as obras, que estavam paradas desde 2016. As obras recomeçam com investimento de R$ 15 bilhões. A previsão de entrega completa é de cinco anos, contando a partir de amanhã”, disse Doria.

A construção teve início em janeiro de 2015, mas foi interrompida em setembro de 2016, após problemas na PPP (parceria público-privada) entre o governo paulista e o consórcio Move São Paulo.

A linha 6-laranja deverá ligar o bairro da Brasilândia (zona norte da capital paulista) até a estação São Joaquim da linha 1-azul, na região central de São Paulo. Ao todo estão previstas 15 novas estações.

Além da linha 1-azul, o trecho também deverá ter interligação com a linha 4-amarela do metrô e as linhas 7-rubi e 8-diamante, ambas da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos).

“As obras da linha 6 recomeçam com investimento de R$ 15 bilhões. A estimativa é de que a linha possa transportar cerca de 630 mil pessoas por dia”, disse Doria.

A expectativa é que o trajeto, que atualmente demora 1h30 de ônibus, possa ser feito em 23 minutos quando todo o trecho estiver em operação.

A construção e a operação da linha serão feitas pelo grupo espanhol Acciona, que adquiriu os direitos do consórcio Move São Paulo para evitar a necessidade de se fazer uma nova licitação, segundo a gestão Doria.

“Se tivéssemos que seguir todos os processos jurídicos, todas as relicitações, a previsão de entrega era para 2028. Estamos em vantagem por ter evitado esse trâmite burocrático”, disse Alexandre Baldy, secretário de Transportes Metropolitanos.

A concessão, segundo o governo do estado, inclui ainda a aquisição de toda a frota, que deverá ter 22 trens, e prevê 19 anos para manutenção e operação. A linha deverá ter 15,3 km de extensão quando concluída.

O Move São Paulo, que era responsável pela construção da linha 6, enfrentou dificuldades para obter financiamento, já que as empresas que compunham o grupo –Odebrecht, Queiroz Galvão e UTC Engenharia– estavam envolvidas nas investigações da Operação Lava Jato.

O governo paulista declarou que a PPP caducou em 2016, ainda durante a gestão Geraldo Alckmin (PSDB) e, até que as negociações fossem concluídas, o Move São Paulo permaneceu responsável pela conservação e preservação da segurança dos canteiros de obras e dos imóveis vinculados à concessão, de acordo com a administração estadual. Mesmo assim, moradores vizinhos a esses locais reclamam de lixo jogado e insegurança.

O consórcio entregou apenas cerca de 15% do projeto. O valor do empreendimento, em 2015, era de R$ 9,6 bilhões, sendo que R$ 8,9 bilhões seriam divididos entre investimentos do governo do estado (50%) e o consórcio (50%). Os outros R$ 673 milhões seriam referentes às desapropriações que executadas pelo estado. O valor corrigido representa cerca de R$ 14,9 bilhões.

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