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Não sou negacionista, diz Russomanno após associar falta de banho de morador de rua a proteção contra Covid

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um dia após afirmar que os moradores de rua são mais resistentes ao coronavírus por não tomarem banho, o candidato à Prefeitura de São Paulo Celso Russomanno (Republicanos) voltou a dizer a jornalistas que os moradores de rua têm mais resistência e que a ciência deve explicar o porquê disso.

Em nota, ele afirmou também que suas frases foram mal interpretadas e que não é negacionista.

“Alguns jornalistas pinçaram frases minhas fora do contexto, que deturpavam o sentido do que eu falei. Vou esclarecer de uma vez por todas: eu respeito a ciência, não sou um negacionista”, diz a nota.

“E respeito também os moradores de rua e da cracolândia, que precisam da nossa compreensão e do nosso apoio, não com ações demagógicas, mas com providências que possam, de fato, minorar os problemas deles”, completa o texto.

Em evento na terça-feira (13), ele afirmou: “Talvez eles [moradores de rua] sejam mais resistentes que a gente porque eles convivem o tempo todo nas ruas, não têm como tomar banho todo o dia”.

Além da resposta por meio de nota, o candidato afirmou a jornalistas que “estava fazendo uma consideração de que a ciência tem que explicar por que eles [moradores de rua] são imunes, talvez porque tenham mais resistência”.

“Era isso que eu queria falar. Eles têm mais resistência do que a gente. O que eu disse e volto a repetir é que se alardeava que os moradores de rua e a cracolândia seriam dizimados, seriam exterminados pela Covid-19 e não foi o que aconteceu. E que a ciência tem que explicar muito pra gente em relação a Covid-19”, prosseguiu nesta quarta (14).

Como mostrou a Folha de S.Paulo, especialistas afirmam, no entanto, que a declaração de Russomanno não tem nenhum embasamento científico e que a higiene das mãos, assim como o distanciamento social e o uso de máscara, diminui o risco de contaminação pelo coronavírus.

A pandemia já matou mais de 150 mil brasileiros. Segundo dados da Prefeitura de São Paulo, 300 pessoas em situação de rua receberam diagnóstico de Covid-19 e 30 delas morreram pela doença na capital paulista.

Nesta quarta, Russomanno insistiu ser verdade que os moradores de rua não tomam banho. “Quero saber se os aparelhos públicos dão banheiros para que eles possam tomar banho todos os dias, dão?”, questionou.

O candidato afirmou ainda, ao ser questionado sobre a incidência maior de coronavírus entre pessoas de classes sociais mais baixas, que isso se dá porque a periferia tem número maior de moradores do que bairros de classe alta e são mais adensadas.

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