Esporte

Galiotte nega acomodação do elenco, mas admite que Palmeiras pode ‘entregar mais’

A busca por um novo treinador para substituir o demitido Vanderlei Luxemburgo no Palmeiras não foi o único assunto da entrevista coletiva de Maurício Galiotte e Anderson Barros nesta quinta-feira. O presidente negou que o elenco esteja acomodado, mas admitiu que os jogadores podem entregar mais, e o diretor de futebol entende que o plantel tem capacidade para evoluir em relação às atuações recentes, criticadas pelo futebol pobre tecnicamente e de pouco repertório de jogadas.

“Estamos passando por essa reestruturação. Se analisar quantos saíram desde novembro, saíram 20, dez subiram da base. O elenco passa por uma mudança. E buscamos uma filosofia ideal de trabalho. É um elenco com bons valores, que pode entregar muito mais. Mas muito mais. Estamos muito aquém do que podemos entregar. Se buscamos sempre a perfeição, sim. Sempre evoluir”, afirmou Galiotte.

Luxemburgo chegou a reclamar que o elenco era curto e havia dito que não sabia se poderia jogar ofensivamente com o que tinha em mãos. Barros pensa o contrário. O dirigente elogiou o plantel, embora tenha afirmado que o clube está de olho no mercado para trazer um ou outro reforço. Para a atual temporada, chegaram apenas dois novos jogadores: o lateral-esquerdo uruguaio Matías Viña e o atacante Rony. Em contrapartida, vários atletas foram embora.

“Temos um elenco sim que pode entregar ainda mais. Logicamente, como dissemos desde o início, é um processo muito grande de transição. Vanderlei participou com maestria, mas chegou em um momento que não conseguimos mais avançar. Sabemos que esse elenco tem competência, mas podemos agregar outros valores para tornar o Palmeiras competitivo como sempre foi”, disse Barros. “É um processo difícil, que precisamos avaliar diariamente para não estar longe dos objetivos. Trabalhamos, sim, para trazer novas peças, fortalecer o elenco e brigar por títulos”, assegurou.

Tanto Galiotte quanto Barros reiteraram várias vezes que o clube precisa, primeiro, definir um “conceito”, “modelo” ou “filosofia” de jogo antes de escolher o novo técnico, ressaltaram que o Palmeiras ainda está passando por um período de transformação e avaliaram que terão calma na busca por um comandante para a sequência do Brasileirão, Copa do Brasil e Libertadores.

“É importante não errar agora, que tenhamos muito claro o profissional que possa dar continuidade. Precisamos entender qual é esse nosso DNA, nosso modelo, pra não precipitar e interromper a relação. O Luxemburgo foi escolhido, deu sequência em um trabalho fundamental, foram dez meses. Mas houve a necessidade por uma falta de sintonia. Encontrar um profissional que possa seguir com isso por um tempo maior, é fundamental. Não podemos ter pressa, vamos ter o tempo necessário para encontrar alguém que atenda essa nossa expectativa”, analisou o diretor.

Questionado sobre o motivo de nenhum treinador ter iniciado e terminado uma temporada à frente do time alviverde durante a sua gestão, Galiotte se enrolou e disse que “faz parte do futebol”. Desde 2017, sete técnicos comandaram o clube na atual administração: Eduardo Baptista, Cuca, Alberto Valentim, Roger Machado, Luiz Felipe Scolari, Mano Menezes e Vanderlei Luxemburgo. E nenhum conseguiu começar e terminar um ano de trabalho. O último a realizar esse feito foi Gilson Kleina, em 2013, na gestão de Paulo Nobre.

“Eu diria que não tivemos performances à altura das necessidades do clube. Para liderar um projeto no Palmeiras não é fácil. A exigência é muito grande. O treinador começa um trabalho e não consegue ter performance. Vocês da imprensa, um mês antes, já comentam que não tem resultado, que vai trocar. Faz parte do futebol. Não é o ideal. Temos de ter performance, rendimento e resultado. Fomos em busca disso. Sabemos que precisamos encontrar esse modelo e esse perfil”, reconheceu.

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