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Dólar sai das mínimas, mas segue em queda ante real; vacina e BC dominam radar

Por Luana Maria Benedito

SÃO PAULO (Reuters) – O dólar reduzia a queda contra o real nesta quarta-feira, depois de ter caído mais de 1% nas mínimas do dia com os investidores de olho em notícias promissoras sobre a vacina contra a Covid-19 da Pfizer e sinalizações recentes do Banco Central de que pode atuar no câmbio de forma a corrigir disfuncionalidades nos mercados.

Às 14:19, o dólar recuava 0,44%, a 5,3100 reais na venda, depois de ter caído mais de 1,1% na mínima do dia, a 5,2745 reais na venda.

O dólar futuro de maior liquidez recuava 0,50%, a 5,310 reais.

Para Luciano Rostagno, estrategista-chefe do banco Mizuho, o arrefecimento na alta da moeda brasileira é resultado da forte valorização registrada na véspera: “o real segue ganhando, embora em ritmo bem mais fraco do que ontem, pelo fato de que o espaço é menor para novas valorizações”.

Rostagno completou que, no cenário global, os investidores “seguem avaliando as esperanças de uma vacina contra o aumento de casos de coronavírus”.

A Pfizer informou nesta quarta-feira que os resultados finais do teste de estágio avançado de sua vacina mostram que o imunizante é 95% eficaz, acrescentando que tem os dados de segurança exigidos referentes a dois meses e que solicitaria autorização para uso emergencial nos Estados Unidos em alguns dias.

Enquanto isso, o número de mortes diárias relatadas no mundo por coronavírus atingiu seu maior nível na terça-feira, conforme o epicentro global do vírus, os Estados Unidos, se aproxima do inverno. Ao mesmo tempo, várias economias europeias já retomaram a imposição de lockdowns.

Os operadores têm repercutido “perspectivas futuras que agregam esperanças, tais como o novo governo do presidente americano eleito Joe Biden e os anúncios de avanços concretos na formulação de vacinas contra o coronavírus”, mas ainda atentos ao “‘status quo’ presente da gravíssima crise da pandemia que retorna em sua segunda rodada, ameaçando os sinais de recuperações de atividades de importantes economias”, disse em nota Sidnei Nehme, economista e diretor-executivo da NGO Corretora.

Enquanto isso, no Brasil, continuava no radar dos operadores a sinalização do BC de que pode fazer ofertas líquidas de contratos de swap cambial.

Em nota à imprensa divulgada na segunda-feira, a autarquia se comprometeu a realizar operações para rolagem integral de swaps vincendos em janeiro de 2021, mas adicionou que poderia “recalibrar o montante ofertado, conforme as condições de mercado”, medida que foi interpretada como indicação de que o BC poderia fazer ofertas líquidas desses contratos –cujas colocações equivalem a uma venda de dólares no mercado futuro.

O diretor de Política Monetária do Banco Central, Bruno Serra, afirmou nesta quarta-feira que a autoridade monetária está preparada para atuar no câmbio caso o mercado não seja capaz de absorver o volume elevado de recursos relacionados ao desmonte de posições de “overhedge” dos bancos esperado para o término do ano.

“Para se ter ideia da eficácia da medida prudencial que se especula, a venda de contratos de swaps novos, o impacto da expectativa foi extremamente relevante no preço da moeda americana no nosso mercado, depreciando-o de forma intensa frente ao real, sem qualquer correlação com outras moedas emergentes, de forma pontual expurgando o conteúdo especulativo”, opinou Nehme em nota.

O Banco Central vendeu nesta quarta-feira os 12 mil contratos em leilão de swap tradicional para rolagem com vencimento em abril e agosto de 2021. [nAQN03A8TO]

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