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Bolsonaro diz que aliança para sucessão na Câmara mostra que Maia e PT são coisas bem parecidas

BRASÍLIA (Reuters) – O presidente Jair Bolsonaro atacou nesta sexta-feira o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), por ter se aliado ao PT na disputa pela sucessão no comando da Casa Legislativa.

Após dizer que há falta de lideranças novas aparecendo, Bolsonaro disse que ele seria diferente e citou que “todos os outros são iguais, você não acha diferente”. Em seguida usou o exemplo do atual presidente da Câmara.

“Você vê lá o Rodrigo Maia quando votou pela cassação da Dilma deu um voto criticando o PT de perseguir o pai dele que era prefeito no Rio. Deu um voto firme, objetivo e apontando que o PT era a maior desgraça do mundo”, disse Bolsonaro em uma conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada transmitida em uma rede social. “Hoje está junto com o PT nas eleições da Presidência da Câmara.”

“Então, pelo poder água e óleo se misturam. Se bem que aí não é água e óleo não, são duas coisas bem parecidas”, emendou.

O candidato de Maia à sucessão da Câmara é o deputado Baleia Rossi (SP), que é presidente do MDB, e conta com o apoio do PT e de outros 10 partidos de vários matizes ideológicos.

Para suceder Maia, Bolsonaro apoia o líder do PP na Casa, Arthur Lira (AL).

IRRESPONSÁVEL

Mais cedo, o presidente da Câmara participou de uma visita que Baleia Rossi fez pessoalmente ao governador do Piauí, o petista Wellington Dias. Na ocasião, Maia criticou duramente Bolsonaro ao comentar o acordo do governo federal com o Instituto Butantan, ligado ao governo de São Paulo, para o uso vacina CoronaVac contra a Covid-19.

Em outubro passado, o presidente chegou a vetar temporariamente a parceria entre o Ministério da Saúde e o Butantan. O instituto apresentou nesta sexta um pedido de uso emergencial da CoronaVac à Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa).

“Acho que a coragem tem sempre limites e a irresponsabilidade também com perda de vidas”, disse Maia, ao dizer que cada dia de atraso na vacinação são vidas perdidas.

“Foi uma irresponsabilidade grande, na narrativa continua sendo uma irresponsabilidade grande em relação à saúde dos brasileiros, mas felizmente ontem (quinta), no dia que infelizmente chegamos a 200 mil mortos, o governo resolveu então pela primeira vez assumir a importância da vacina do Butantan”, completou.

O presidente da Câmara defendeu uma Câmara que atue de forma independente ao governo Bolsonaro.

“É importante que a Câmara dos Deputados seja independente porque ela que tem condição, pela força e independência que tem, de fazer esse contraponto junto com governadores e prefeitos quando o governo federal nega aquilo que esteja atingindo toda a nossa sociedade”, finalizou.

(Reportagem de Ricardo Brito)

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