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Europa prorroga lockdowns e impõe regras mais rígidas contra Covid-19

Por Claudia Cristoferi e Sabine Siebold

ROMA/BERLIM (Reuters) – Governos de toda a Europa anunciaram lockdowns mais rígidos e mais longos contra o coronavírus, nesta quarta-feira, por temores sobre uma variante de rápida disseminação detectada pela primeira vez no Reino Unido, enquanto as vacinações ainda não devem ajudar muito nos próximos dois a três meses.

A Itália vai prorrogar seu estado de emergência contra Covid-19 até o final de abril, disse o ministro da Saúde, Roberto Speranza, conforme as infecções não mostram sinais de diminuição.

A Alemanha provavelmente terá que estender as restrições até fevereiro, afirmou o ministro da Saúde, Jens Spahn, enfatizando a necessidade de reduzir ainda mais os contatos para evitar a variante mais infecciosa identificada no Reino Unido.

O gabinete alemão aprovou controles de entrada mais rígidos, exigindo que as pessoas que chegam de países com muitos casos ou onde a variante mais virulenta esteja circulando façam um teste de coronavírus.

A chanceler Angela Merkel disse em uma reunião de parlamentares na terça-feira que as próximas oito a 10 semanas serão muito difíceis se a variante mais infecciosa se espalhar para a Alemanha, de acordo com um participante da reunião.

Spahn declarou à rádio Deutschlandfunk que levaria mais dois ou três meses até que a campanha de vacinação realmente comece a ajudar.

O governo holandês informou na noite de terça-feira que ampliará as medidas de lockdown, incluindo o fechamento de escolas e lojas, por pelo menos três semanas até 9 de fevereiro.

“Esta decisão não é uma surpresa, mas é uma decepção incrível”, disse o primeiro-ministro Mark Rutte em entrevista coletiva, acrescentando que a ameaça representada pela nova variante é “muito, muito preocupante”, e que o governo está considerando impor um toque de recolher.

Na França, o presidente Emmanuel Macron se reuniu com ministros para discutir possíveis novas medidas. Um toque de recolher em todo o país pode ser antecipado das 20h para as 18h, como já aconteceu em algumas partes do país, noticiou a mídia francesa.

Não há necessidade de fechar escolas, mas novas restrições são necessárias à luz da variante britânica, disse o principal assessor científico do governo, acrescentando que se as vacinas forem mais amplamente aceitas, a crise poderia terminar em setembro.

Na Suíça, as autoridades em Berna cancelaram a etapa de Lauberhorn da Copa do Mundo de downhill, com medo de que a nova variante –trazida pelo que as autoridades de saúde disseram ser um único turista britânico– estivesse se espalhando rapidamente entre os habitantes locais.

Pelo menos 60 pessoas tiveram resultados positivos no resort alpino de Wengen nas últimas quatro semanas.

O governo suíço deve anunciar na quarta-feira que estenderá suas regras de lockdown por cinco semanas até o final de fevereiro, incluindo o fechamento de todos os restaurantes, locais culturais e recreativos.

Houve notícias mais otimistas da Polônia, onde o número de casos da Covid-19 se estabilizou após aumento no outono.

“Espero que em duas a três semanas as restrições sejam um pouco menores, a vacina funcione”, disse o ministro das Finanças da Polônia, Tadeusz Koscinski, em entrevista ao Money.pl.

(Reportagem de Anthony Deutsch e Bart Meijer em Amsterdã, John Miller em Zurique, Benoit Van Overstraeten em Paris, Sabine Siebold e Hans-Edzard Busemann em Berlim, Pawel Florkiewicz em Varsóvia)

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