Agro

Bolsa de Rosario reduz estimativa de safra de soja da Argentina por seca

A Bolsa de Comércio de Rosario (BCR) reduziu nesta quarta-feira sua previsão para a safra de soja 2020/21 da Argentina a 45 milhões de toneladas, ante 49 milhões estimados anteriormente, devido à seca que afeta importantes áreas agrícolas da região central do país.

O movimento ocorreu logo depois que especialistas em meteorologia afirmaram à Reuters que, mesmo após uma série de chuvas que aliviaram a soja e o milho no início do ano, as condições secas seguem ameaçando a produtividade em regiões do país.

“Fevereiro e os primeiros dez dias de março não deixaram chuvas importantes em grande parte da área central, em especial a leste. Há perdas muito graves de rendimentos e de área plantada”, disse a BCR em seu relatório semanal de cultivos, comparando a escassez de água a uma grave seca vista em 2017/18.

A Argentina é uma das maiores exportadoras de alimentos do mundo e, embora o clima tenha sido um fator adverso nos últimos meses, o país deve registrar a melhor safra da história em termos de entradas de divisas graças aos altos preços internacionais dos grãos.

Mesmo assim, o pessimismo começa a crescer entre analistas, que na última semana viram o cenário se agravar.

“Não choveu, fez calor, as altas temperaturas aceleraram a deterioração e estamos caminhando para uma homogeneidade de condições, mas desfavoráveis. A condição hídrica está sendo perdida rapidamente, e isso tem um impacto direto sobre a condição de cultivo”, disse Esteban Copati, chefe de estimativas agrícolas da Bolsa de Cereais de Buenos Aires (BdeC).

A última estimativa da BdeC fixou a produção de soja argentina em 46 milhões de toneladas. No entanto, Copati afirmou que “o cenário tem se agravado, e vai ser difícil sustentar as projeções de produção que mantivemos até o último relatório”.

Por sua vez, o meteorologista Germán Heinzenknecht, da Consultoria de Climatologia Aplicada, não prevê qualquer melhoria climática no curto prazo.

“A temporada está encerrada em relação à possibilidade de chuvas que possam melhorar a produtividade, é muito improvável que isso aconteça”, afirmou ele.

“Março está a caminho de repetir a falta de chuvas de fevereiro e a seca tem grandes chances de se consolidar”, acrescentou o especialista.

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