Economia

Preços ao consumidor dos EUA sobem com força em fevereiro, mas núcleo segue fraco

Os preços ao consumidor dos Estados Unidos avançaram solidamente em fevereiro em meio à alta da gasolina, registrando seu maior ganho anual em um ano, embora o núcleo da inflação tenha permanecido fraco à medida que a demanda por serviços como viagens aéreas aumenta apenas gradualmente.

O Departamento do Trabalho dos EUA disse nesta quarta-feira que seu índice de preços ao consumidor subiu 0,4% no mês passado, após alta de 0,3% em janeiro. Nos 12 meses até fevereiro, o índice ganhou 1,7%, maior alta desde fevereiro de 2020, após avançar 1,4% em janeiro.

A alta do índice no mês passado ficou em linha com as expectativas de economistas.

A inflação deve subir nos próximos meses, com as quedas de preços vistas no início da pandemia saindo dos cálculos, mas não há consenso entre os economistas sobre se ela vai além dos chamados efeitos base, já que um ritmo mais rápido de vacinação permitirá que a economia reabra rapidamente.

Alguns argumentam que uma política fiscal muito expansionista, marcada por quase 900 bilhões de dólares em dinheiro adicional para alívio à pandemia no final de dezembro e o pacote de resgate de 1,9 trilhão de dólares do presidente Joe Biden, que deve ser aprovado pelo Congresso esta semana, pode alimentar a inflação. Isso, bem como as compras de títulos do Federal Reserve, poderia fazer com que a economia, que mergulhou na recessão em fevereiro de 2020, superaqueça.

Os rendimentos dos Treasuries dispararam recentemente em antecipação a um crescimento econômico mais forte este ano e uma inflação mais alta. Mas outros economistas, incluindo o chair do Federal Reserve, Jerome Powell, acreditam que qualquer aumento nas pressões de preços será transitório.

Há muita folga no mercado de trabalho, com pelo menos 18 milhões de norte-americanos recebendo auxílio-desemprego.

Os preços da gasolina dispararam 6,4% em fevereiro, respondendo por mais da metade da alta do índice de preços ao consumidor. Esse salto se somou a um ganho de 7,4% em janeiro. Os preços dos alimentos subiram 0,2%, com o custo dos alimentos consumidos em casa registrando alta de 0,3%. Os preços da alimentação fora de casa subiram 0,1%.

Excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, o índice de preços ao consumidor subiu 0,1%, após permanecer inalterado por dois meses consecutivos. O chamado núcleo do índice foi impulsionado por aumentos nos custos de recreação, assistência médica e seguro de veículos motorizados, que compensaram as quedas nos preços de passagens aéreas, carros e caminhões usados ​​e vestuário.

O núcleo do índice avançou 1,3% em uma base anual, recuando em relação ao ganho de 1,4% visto em janeiro.

(Por Lucia Mutikani)

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