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Plantio de milho 2ª safra atinge 3/4 da área; janela ideal se fecha, diz AgRural

SÃO PAULO (Reuters) – Com a janela ideal de plantio da segunda safra de milho já fechada na maioria das regiões produtoras do Brasil e se encerrando nesta segunda-feira nas áreas de calendário mais tardio, produtores do país semearam apenas cerca de três quartos da projeção estimada de cultivo em 2020/21, apontou a AgRural nesta segunda-feira.

Um plantio fora da janela indica maior risco, principalmente no sul de Mato Grosso do Sul e oeste do Paraná, pois é maior a possibilidade dessas áreas pegarem uma geada em junho e julho. Em áreas do Centro-Oeste, a preocupação é com o tempo mais seco, à medida que a safra avança para o inverno.

Segundo a consultoria, as chuvas seguiram frequentes em boa parte do país na semana passada, mas vieram intercaladas com aberturas de tempo aberto, permitindo um maior ritmo dos trabalhos de campo em diversos Estados.

Assim, os “produtores avançaram o mais rápido que puderam com a semeadura”, disse a AgRural, contabilizando um avanço de 20 pontos ante a semana anterior.

Ainda assim, o plantio segue atrasado ante o ano passado, quando estava em 89% da área nesta época. A segunda safra está mais atrasada neste ano devido a problemas climáticos para plantar e agora para colher a soja.

No início do mês, a consultoria havia estimado a produção da segunda safra de milho do país em cerca de 80,5 milhões de toneladas, com um aumento de 5,2% da área no centro-sul do Brasil.

A consultoria está trabalhando em sua revisão de área mensal, mas isso não quer dizer que o número vai mudar, mesmo com parte da safra sendo semeada fora da janela ideal, segundo o analista Adriano Gomes, uma vez que agricultores contam com estímulo de bons preços para arriscar em alguns casos.

“O produtor já está com seus insumos comprados, então, se houver boa umidade no solo nessas próximas duas semanas de março, o plantio vai seguir avançando mesmo fora da janela”, afirmou ele.

No caso da soja, a colheita chegou a 46% da área cultivada no Brasil até a última quinta-feira, contra 35% uma semana antes e 59% um ano atrás.

Em Mato Grosso, a colheita segue para a reta final em algumas regiões, mas o atraso no Estado como um todo ainda é significativo.

“Além disso, o excesso de umidade continua prejudicando a qualidade dos grãos, especialmente no médio-norte”, afirmou a consultoria em nota.

No Rio Grande do Sul, que tem calendário mais tardio e onde a colheita ainda está muito no início, “a safra tem grande potencial, mas um maior volume de chuva seria bem-vindo nos próximos dias para a finalização do enchimento de grãos”.

A colheita gaúcha começou com atraso na semana passada, segundo a Emater.

A AgRural estima a produção da safra 2020/21 em 133 milhões de toneladas.

“O número será revisado para clientes no fim de março e não se descartam reduções de produtividade devido ao excesso de chuva, especialmente em Mato Grosso”, afirmou.

(Por Roberto Samora)

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